quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ogan e Ekedi

Ogan e Ekedi



O titulo Ogan e Ekedi são cargos,  portanto podem  ser dados quando o iniciado tiver três anos ou mais.
 Nesse sentido, não há óbices religiosos fundamentados que interditem um Ìyàwó homem que não manifeste Òrìsà, em tocar atabaques.
Acreditar que um Ìyàwó Raspado que não é manifestado por Òrìsà não pode ser confirmado como  Ogan ou apresentado como Ekedi em grande parte, deve-se aos próprios sacerdotes, vejamos:
O indivíduo que entra em uma Casa de Candomblé, antes mesmo de ser suspenso, confirmado, ou iniciado, mas que não é manifestado por Òrìsà é chamado pelo sacerdote como? Quando uma pessoa adentra oficialmente na religião,  ele for raspado e adoxado, ele está sendo iniciado como Ìyàwó.

Esse Ìyàwò que não manifesta Orisà e que toca atabaque recebe o cargo de Oloyé.
Ante a afirmativa acima; o que seria o Ogan ou Ekedi? À luz do Candomblé Tradicional Baiano, Ogan é o indivíduo (Homem) que não é manifestado por Òrìsà, mas que é CONFIRMADO (E NÃO INICIADO) ou ekedi é APRESENTADA. A princípio, esse Ogan ou Ekedy, em suma, é “apontado” (escolhido) por um Òrìsà em alguma determinada festa, ou mesmo função dentro do Ilé Òrìsà. Na ocasião, esse Ogan é “suspenso”, a Ekedy  é apresentada por outros(as) desta confraria.Posteriormente, a Ìyálòrìsà/Babalòrìsà, determinará que esse Ogan (suspenso), deverá ser Confirmado (leia-se confirmado e não iniciado) – geralmente para o Òrìsà que o suspendeu. Daí a razão de na Bahia, por exemplo, um Ogan ser do Òrìsà Ògún (ele é filho de Ògún), mas ser chamado de Ogan de Omolu (pois, muito embora o Òrìsà dele ser Ògún, ele fora suspenso e, posteriormente confirmado para ser Ogan do Omolu de “beltrana”). O processo de Confirmação de um Ogan diverge demasiadamente do processo de iniciação (Ìyàwó).


A ekedi na maioria das casas também é chamada de mãe, exerce a função de dama de honra do Orixá regente da casa. É dela a função de zelar, acompanhar, dançar, cuidar das roupas e apetrechos do Orixá da casa, além dos demais Orixás, dos filhos e até mesmo dos visitantes. É uma espécie de “camareira” que atua sempre ao lado do Orixá e que também cuida dos objetos pessoais do babalorixá ou iyalorixá. O cargo de ekedi é muito importante, pois será ela a condutora dos Orixás incorporados no Egbê (barracão ou sala de festividades) e dela é a responsabilidade de recolhê-los e “desvirá-los”, observando as condições físicas daqueles que “desviraram”. Para se tornar uma ekedi, ela primeiramente é apresentada e não suspensa como o Ogan, e logo depois será confirmada, com as obrigações de Roncó.

Não vou aprofundar no tema, por tratar-se de Awo (segredo que não compete àqueles que não são iniciados). Mas quando um Ogan e confirmado ou quando uma Ekedy e apresentada, há um conjunto de cânticos e rituais específicos.
Quando pensamos em iniciação no culto aos Òrìsàs na África, não são encontrados indícios/relatos de alguma iniciação com o “modus” da Confirmação de Ogan no Brasil ou da apresentação da Ekedy. Em verdade, esse tema é muito mais polêmico que parece. Quando pensamos em Confirmação de Ogan ou apresentação da Ekedy no Brasil, temos que entender que esse indivíduo não está sendo iniciado em todas as etapas que a religião apregoa, dessa forma, jamais o Ogan ou Ekedy poderá proceder a iniciação de um Ìyáwó. Mas se um Ogan não passa por todas as etapas de iniciação como pode ele receber  o cargo de Asogun? sendo que este e um importantíssimo cargo pois um Asogun tem a responsabilidade de realizar todos os Oros da casa inclusive para os Orisas do Baba ou Yia, como uma Ekedi que não passa por todas as etapas pode entrar em um quarto de santo para auxiliar o baba ou a yia ou mesmo auxiliar na desencorporação dos mesmos e dos yawos?

Por isso afirmo contrariando a tradição do Candomblé que todos Ogans e Ekedys devem passar por todo ritual iniciático até mesmo para assim serem reconhecidos pelos Orisas, pois no culto tradicional Yoruba só é um elegun um iniciado no Orisa quem passa por todos os rituais. Desta forma, observa-se que esse erro comum, decorre do processo de aprendizagem do noviço na religião. No exemplo supracitado, o correto, independente de manifestar ou não, o noviço (a) deverá ser considerado “Abiyan”. O fato do Abiyan não manifestar Òrìsà, a priori não lhe concede a posição de Ogan ou Ekedy. Esse “status quo”, depende de vários fatores que ao longo do conviveu na casa alguns anos de iniciado, características e apontamento dos Orisas ou definido pelo jogo de búzios.Mas se na África, berço da cultura dos Òrìsàs não há esse processo, qual teria sido a razão do aparecimento deste no Brasil? Vejo como um fato histórico, liderado pelas Ìyálòrìsàs de outrora, à busca da manutenção da hegemonia da mulher nos cargos de liderança nas comunidades Nágò.
Quando da fundação das mais tradicionais Casas de Candomblé da Bahia, todas, sem exceção, tiveram o apoio religioso de homens (iniciados – porém não rodantes), exemplifico: Gbongbose Obitiko, Okarinde, Oje Lade, Oba Sanya, dentre outros. Entretanto, após a fundação dessas casas, para que não houvesse a concorrência masculina no sacerdócio, as Ìyálòrìsàs começaram a não iniciar homens (quer seja rodante, quer não). Contudo, a figura masculina permanecia essencial para o bom andamento da casa. Nesse sentido, como manter o homem na casa de Candomblé, com funções distintas, sem que esse se tornar-se Sacerdote futuramente e, por conseqüência, concorrente do poder supra-sumo da mulher? Criando a figura do Ogan (ou seja, realizando alguns rituais para que os homens não rodantes – pudessem ser partícipes de algumas atividades na casa).
Nessa busca contumaz, as mulheres do Candomblé da Bahia, cercearam da religião os homens rodantes (uma espécie de apartheid), configurando status e poder aos Ogans, figura criada pelas mesmas, - mas que não lhe ameaçavam na supremacia do Candomblé. À eles eram concedidas funções como Tocar Atabaques e Cantar. Razão pela qual, erroneamente, crê-se que somente os Ogans podem tocar atabaques.



AJOIÉ E EKEDI
A palavra "ajoié" é correspondente feminino de ogan pois, a palavra ekedi, ou ekejí, vem do dialeto ewe, falado pelos negros fons ou Jeje.
Portanto, o correspondente yorubá de ekedi é ajoié, onde a palavra ajoié significa " a que o orixá escolheu e confirmou".
Assim como os demais oloyés, uma ajoié tem o direito a uma cadeira no barracão. Deve ser sempre chamada de , por todos os componentes da casa de orixá, devendo-se trocar com ela pedidos de bençãos. Os comportamentos determinados para os ogans devem ser seguidos pelas ajoiés.
Em dias de festa, uma ajoié deverá vestir-se com seus trajes rituais, seus fios de contas, um ojá na cabeça e trazendo no ombro sua inseparável toalha, sua principal ferramenta de trabalho no barracão e também símbolo do óyé, ou cargo que ocupa.
A toalha de uma ajoié destina-se, entre outras coisas, a enxugar o rosto dos omo-orixás manifestados. Uma ajoié ainda é responsável pela arrumação e organização das roupas que vestirão os omo-orixás nos dias de festas, como também, pelos ojás que enfeitarão várias partes do barracão nestes dias.

No entanto, é importante que todos saibam que todos os cargos são distintos, com funções distintas mas com o mesmo grau de importância!


Ò dábò!

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sigilo absoluto!!
Babalorixa Ricardo de Laalu.
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