segunda-feira, 30 de abril de 2012

Erinlé



O culto de Erínlè nasce no Odu de Òkànràn Ogbè. Seu culto está centrado ao redor do rio Erínlè, um rio tributário do rio Òsun, que atravessa a cidade de Ìlobùú (Ilú Òbú ou cidade de Òbú), localizada ao sul da Nigéria Ocidental, na estrada de Ogbomoso para Osogbo (está situada aproximadamente dez milhas a oeste de Osogbo). Ele é a divindade patrona de Ìlobùú. Ìlobùú é um centro de comércio para o inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão, quiabo e está em uma área de savana habitada principalmente pelos Yoruba. Òbú é um tipo de giz nativo (efun) e é comestível. É usado para temperar comida e era um dos temperos principais, muito antes do sal, da mesma forma que o aró-àbàje (uma tintura azul comestível) é usado para temperar comidas como o ekuru aró. Tido como filho de Ainá, Erínlè é considerado por muitos como filho mítico de Yemoja e de Olokun. É um Òrìsà caçador, pescador e um médico, por conta do seu grande conhecimento da floresta e da flora. Este Òrìsà, enquanto médico dominou, antes que Osányìn, o poder da botânica. Não é incomum para os sacerdotes de Erínlè carregarem um cajado (òsù) semelhante ao que carregam os sacerdotes de Osányìn e de Ifá devido a importância deles como curandeiros medicinais. Sabe-se que ele conhece o poder curativo do Eja aro. Essa medicina nasce em Òkànràn Òfún. O peixe seco (eja aro) é conhecido em Nupeland e isso é revelado pelo caminho de Òkànrànsodè descrito abaixo e na conexão entre Erínlè e o exilado rei da Nupeland. Há muitas variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é comumente conhecido como Erínlè dentro de Egbado, Erínlè em Ìlobùú, Enlè em Okuku. Em Cuba e Trinidad ele é conhecido como Inlè ou Erínlè "Ajaja". Ajaja é um título honorífico que significa "Ele que come cachorro", "o que é feroz". No Brasil, no Candomblé Ketu, ele é conhecido como Inlè e Òsóòsì Ibualama. Erínlè quer dizer elefante (Erin) em-o-terra (ilè) ou terra-elefante. Erínlè é considerado por alguns como uma divindade hermafrodita, mas ele é adorado principalmente como uma divindade masculina em Yorùbáland. Ele é pensado por alguns estudiosos como sendo o aspecto masculino de Yemoja Mojelewu. O que parece consenso é que Erínlè mora na floresta com os irmãos Osányìn, Ògún e Òsóòsì, no cultivo com Òrìsà Oko, nas águas com Yemoja, Otin e Òsun. A residência verdadeira dele seria o ponto onde o rio encontra o oceano, onde docemente se misturam as águas doce e salgada. No Candomblé Ketu é considerado que Erínlè tem dois caminhos ou aspectos. Um aspecto é considerado um velho caçador, Òsóòsì Ibualama. O outro caminho é mais jovem e mais delicado e bonito, normalmente chamado Inlè. Na tradição Lukumi, Erínlè é acompanhado por Ibojuto e Abátàn. Abátàn (ou Abàtà = pântano) é a divindade da baixada. Abátàn normalmente é considerado como a companheira feminina de Erínlè mas alguns reconhecem Abátàn como masculino. Quando Erínlè é assentado dentro da cerimônia de iniciação, Abátàn também é assentada. Ela tem canções e oríkì separados. Abátàn come com Erínlè e participa de todas as suas oferendas e sacrifícios. Erínlè seria acompanhado por Abátàn, sua contraparte feminina. Duas divindades que se unem como um, embora distintos, eles funcionam juntos, como uma unidade. Há um equilíbrio, dando uma visão instantânea do caráter de Erínlè, uma mistura perfeita de energias masculina e feminina. 
 Além disso, na tradição Lukumi, considera-se que a familia de Erínlè se compõe de: Abátàn - sua esposa, Boyuto - guardião de Erínlè e Abátàn, Otin - filha de Erínlè e Abátàn, Jobia - filho de Asipelu, ajudante de Erínlè, Olóògùn Èdè (Lògùn Èdè), o "senhor" (dono) do medicamento (medicina) de Èdè - filho de Erínlè com Osun, e, por último, Asao - duplo de Erínlè.
 Na Nigéria, Erínlè tem muitas manifestações ou caminhos,(epítetos) conhecidos como ibú: Ojútù, Álamo, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín, Àánú.
É o oríkì de cada ibú que distingue entre os caminhos diferentes ou manifestações de Erínlè, como um se apresentando na sua coragem, outro como um caçador, outro ainda no poder presente na profundidade do rio. São cantados oríkì individuais a Erínlè no seu festival anual da mesma forma como também são invocados coletivamente.
  O awo - ota - Erínlè ou otun Erínlè, é o nome dos recipientes usados dentro do culto de Erínlè (em Okeho é adicionalmente conhecido como aawe - Erínlè, onde tem uma forma totalmente diferente das encontradas em Ìlobùú e na maior parte da Yorùbáland).
Potes fechados que guardam pedras e água são predominantemente associadas com divindades fluviais femininas, como aqueles encontrados nos cultos de Yemoja e Òsun. O awo - ota - Erínlè é o recipiente tradicional para guardar os ota de Erínlè. Sacerdotes de Erínlè dançam em procissão como parte do festival anual de Erínlè em muitas partes de Nigéria. Para o festival, sacerdotes trazem com eles o próprio awo - ota - Erínlè para o festival no rio de Ìlobùú. Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o awo - ota - Erínlè colocado no alto da cabeça. O òpá òrèrè (osu/cajado com o pássaro de ferro) de Erínlè é a representação para os seus seguidores da importância de Erínlè como curandeiro. A divindade mais amplamente conhecida com o mesmo símbolo é Osányìn. O cajado é feito de ferro. Sempre é mantido em pé. Pássaros de ferro empoleiram-se no topo. A maioria dos exemplos mostra um grande pássaro central cercado por pássaros menores. Não há diferenças significativas entre os cajados de Erínlè e de Osányìn encontrados na Nigéria, cada cajado é uma peça autorizada e única e assim os estilos variam imensamente. Porém há dois desenhos comuns do cajado de Osányìn feitos dentro da perspectiva dos awo em Yorùbáland. É comum se ver um cajado relativamente curto com um grande pássaro em seu topo e com 16 pássaros menores, em um arranjo circular, que olham para o pássaro mais alto, central. Lá também pode ser encontrado um òpá/osu Osányìn alto, com um só e único pássaro e quatro cones de metal invertidos, as aberturas deles coberta por disco de metal para guardar medicamentos; seguro levemente na parte mais baixa do cajado (este cajado também é encontrado na tradição Lukumi, sua especificação é considerada um requisito de Odù). Deve ser acentuado que os cajados de Erínlè e Osányìn nas terras Yorùbá são encontrados em muitas variações no número de pássaros, formas e estilos. Foi sugerido que os 16 pássaros menores representam a divindade Odù e os Olódù de adivinhação. As curvas graciosas destes pássaros estáticos também podem ser confundidas com um agrupamento permanente de folhas de metal. Tais folhas, que não morrem, são uma lembrança visual forte para Osányìn e os medicamentos de Erínlè! O pássaro de coroamento é, segundo muitos, um símbolo do poder sobre/pacto de Osányìn e Erínlè com as Ìyáàmi. São os medicamentos herbários de Erínlè e Osányìn que podem neutralizar ou contrapor-se aos ataques pelos aspectos negativos de Ìyáàmi. Eleye significa "mulheres que possuem e são pássaros", sendo os pássaros os mensageiros de Àjé/Ìyáàmi. Estes mensageiros também podem ser vistos em muito da estatuária religiosa e do simbolismo real, como por exemplo, no alto da coroa dos Oba. Ìyáàmi é em essência o àse/awo feminino primordial, que pode ser potencialmente benéfico ou maléfico (em condições judiciosas). Os símbolos de pássaro lembram aos líderes e congregações que ninguém está acima das forças invisíveis que precisam ser apaziguadas. As Ìyáàmi representam a gênese, as guardiãs e as doadoras do àse na terra. Boyuto ou Ibojuto é encontrado em todos os santuários Lukumi para Erínlè. É descendente do òpá Erínlè encontrado entre os Yorùbá. Boyuto leva seu nome de uma das qualidades ou caminhos de Erínlè. Esta qualidade de Erínlè está ligada a profundidade impressiva do rio Erínlè. É dito que nesta profundidade é encontrado o reino mítico de Erínlè, chamado Ode Kobaye. "Esta profundidade escura do redemoinho é chamado Ojuto. Acredita-se assim, profundamente, que as duas casas históricas (ilé pètésì) teriam sido tragadas para cima (emergido) dentro das correntes coloridas de índigo. Do fundo do ibu Ojuto, assim é acreditado, bandos (escoltas) de pombos voam para acima das águas e desaparecem no ar." (Baba Erinlè de Ílobúù falando com R. F. Thompson no local de rio Erínlè, em Ílodúù, 1994). Boyuto ou Ibojuto é também conhecido comumente com osu de Erínlè.
Òkànràn Ogbè - O nascimento do culto de Erínlè Um Itan do Odu Ònkànràn Ogbè conta a história de um homem Nùpe (Tápà) com o nome de Àyònù que veio para a região de Ílobùú. Ele era o herdeiro da coroa em sua terra natal porém devido a algumas manobras políticas o título lhe foi usurpado e ele foi forçado a fugir da cidade - ele teria sido morto para destruir a possibilidade de qualquer reivindicação futura à coroa. Àyònù veio para Ìlobùú para caçar e ajudar a um caçador nativo que tinha uma estranha aparência. O amigo percebeu que Àyònù, embora mostrando-se apto nas habilidades da caça e agudo em aprender todos os segredos possíveis, não vivia sua vida conforme um caçador. Àyònù contou sua história para o amigo caçador. O amigo era Erínlè mas ele não o conhecia pelo nome porque os caçadores não mencionam nomes no mato para não serem afetados por nenhum dos espíritos animais. Caçadores referem-se uns aos outros simplesmente como Àwé. Erínlè, por seu turno, contou para Àyònù sobre sua casa, um palácio que ele tinha embaixo da terra. Ele golpeou o chão com a palma de sua mão, a terra abriu-se e os dois desceram para o palácio subterrâneo. Erínlè tinha estado caçando por um longo tempo e, assim, ele decidiu fazer um pacto com Àyònù. Erínlè prometeu para Àyònù um nova coroa para recompensá-lo pelo título que ele havia perdido em sua terra natal. Ele disse para Àyònù que, por tanto tempo quanto ele continuasse a lhe trazer comida de caça, ele o compensaria com um título novo. Erínlè também prometeu que a guerra nunca afetaria o reino dele. Erínlè e Àyònù consolidaram seu pacto e Erínlè retirou-se para seu palácio na terra. Ele disse para Àyònù que se ele precisasse dele novamente deveria chamá-lo golpeando a terra com a palma da sua mão. Àyònù nunca mais viu seu amigo novamente. Àyònù construiu sua casa lá e logo outros caçadores vieram viver com ele, seguidos por fazendeiros. Uma cidade tinha sido estabelecida e eles consultaram Ifá. Os adivinhos lançaram Òkànràn Ogbè e Òrúnmìlà disse: ire! Desde esta época a cidade de Ìlobùú nunca foi invadida ou afligida por guerra, mesmo durante o tumultuoso século dezenove, marcado por muitos anos de conflitos civis na Yorùbáland.


ºPorque a guerra e a escravização tiveram pouco efeito sobre o povo de Ìlobùú a fama de Erínlè espalhou-se através da Yorùbáland e o seu culto foi a partir daí estabelecido, expandindo-se além de sua região de origem.

Lendas (itan) de Erinlé: Orunmilá consultou Ifá, antes de deixar Ifé, para ir a um país de vales. Os adivinhos lhe disseram: “Neste país de vales, onde pretendes ir, encontrarás um bom amigo. Deves fazer oferendas antes de partir, para que tua viagem seja feliz.” Orunmilá fez as oferendas. Ele ofereceu quatro pombos e oito mil búzios da costa. Quando ele chegou lá, quando Orunmilá chegou naquele país de vales, ele tornou-se amigo de Erinlé. Erinlé é um caçador. Erinlé é também um guerreiro. Erinlé é, além de tudo, um orixá. Esta amizade foi grande.
  Erinlé tomou dinheiro emprestado a Orunmilá: O montante deste empréstimo foi de doze mil búzios. Quando chegou a hora de Orunmilá retornar à casa de Ifé, Erinlé teria de reembolsar o empréstimo. Mas ele não tinha dinheiro. Ele sentiu vergonha e foi consultar Ifá. “Onde poderei encontrar este dinheiro?” Os adivinhos lhe aconselharam a oferecer um carneiro, um galo e um cachorro. Disseram-lhe, ainda, que deveria oferecer vinte e um sacos de búzios da costa. Erinlé exclamou: “Ah! Já devo doze mil búzios! Onde poderei encontrar todas estas coisas?” Erinlé tinha um talismã nas mãos. A qualquer momento ele poderia, graças a este talismã, transformar-se em água. Quando ele assim o desejasse. Erinlé foi, então, ao lugar onde costumava caçar. Pôs o talismã no chão e entrou terra adentro. Neste lugar havia uma jarra com água. Seus filhos o procuraram durante muito tempo. Eles foram consultar Orunmilá para que ele examinasse o caso. Orunmilá lhes disse: “Façam oferendas para encontrar vosso pai. Talvez não o vereis mais, Mas encontrarão um sinal dele.” Disse-lhes, ainda, Que oferecessem sete cachorros, sete carneiros, sete galos e Vinte e um sacos de búzios da costa. Os filhos de Erinlé fizeram as oferendas. Orunmilá lhes dissera, também, que deveriam ir com os carneiros, os cães e os galos, chamar pelo pai. E eles foram. Percorreram todos os lugares onde Erinlé costumava ir. Quando chegaram ao local onde Erinlé entrara terra adentro, Encontraram seus instrumentos de caça: Fuzil, lança, arco e flechas. Todo o material que ele usava para caçar. E, bem no meio disso tudo, eles viram a jarra com água. Esta água começou a escorrer. Esta água era abundante. Os filhos saudaram o pai assim: “Oh! Erinlé, o caçador, retorne à casa! Nós oferecemos carneiro, cachorro e galos!” E chamaram Erinlé, sem descanso. Quando eles ofereceram estas coisas, o rio os seguiu no caminho de casa. Erinlé lhes disse para deixar os galos livres, no lugar onde os encontraram. Os galos que naquele dia eles deixaram livres, são os galos que Erinlé cria perto de seu rio, até hoje. Ninguém ousa mata-los. Certa vez, pessoas ignorantes mataram alguns. Mas os galos ressuscitavam sempre. Desde que o prato estivesse pronto, Os galos saltavam da tigela, Batiam novamente suas asas – Puf! Puf! Puf! E iam empoleirar-se numa árvore Akô, Cantando de novo seu cocoricô! No mesmo momento em que Erinlé, o rio, se pôs a correr, Oxum preparava-se para partir da cidade de Ijumu. Ela também se pôs a correr. E eles se encontraram perto de Edé. Ali onde se encontraram, o leito destes rios é suave – eles estão felizes. E o curso de ambos tornou-se um mesmo. Juntos, eles correm para a lagoa.


Oriki de Erìnlé:
Àwá ti Erínlè fi sodi o
Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,
o Àwá ti Erínlè fi sodi
Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,
  o Ogun ò jà jà
A guerra não pode nos atacar
  Kógun ó jà¹loòbú
A guerra não pode nos atacar e afetar Loòbú.
  Àwá ti Erínlè fi sodi
Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza.



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Babalorixa Ricardo de Laalu.
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Oxossi - ÒDÈ


Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Osòosi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado pelos poucos sobreviventes e hoje a algumas sacerdotisas na Iorubalândia no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Osòosi se transformou, no Brasil, num dos orisás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião. Seu habitat é a floresta, sendo simbolizado pela cor verde na umbanda, e recebendo a cor azul clara no candomblé, mas podendo usar, também, a cor prateada nesse último. Sendo assim, roupas, guias e contas costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas, no caso de Osòosi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes. Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado com o epíteto "o caçador de uma flecha só", pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo tamanha a precisão. Conta a lenda que um pássaro maligno ameaçava a aldeia e Ossòossi era caçador, como outros. Ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia. Daí o epíteto "O caçador de uma flecha só".

Come tudo quanto é caça e o dia a ele consagrado é quinta-feira. No Brasil, Ibualama, Inlè ou Erinlè é uma qualidade de Osòosi, marido de Osum Ipondá e pai de Logunedé. Como os demais Ossòossis é caçador, rei de Ketu e usa ofá (arco e flecha), mas se veste de couro, com chapéu e chicote. Um Osòosi azul, Otin, usa capanga e lança. Vive no mato a caçar. Come toda espécie de caça, mas gosta muito de búfalo. Osòosi é a expansão dos limites, do seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Ossòossi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orisás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo "de fora", a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. Assim, o orisá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas. O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local. Assim, Osòosi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Enquanto cabe a Ogum a transformação deste conhecimento em técnica. Apesar de ser possível fazer preces e oferendas a Osòosi para os mais diversas facetas da vida, pelas características de expansão e fartura desse orisá, os fiéis costumam solicitar o seu auxílio para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Afinal, a busca pelo pão de cada dia, a alimentação da tribo, costumeiramente cabe aos caçadores. Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material.

  Pierre Verger, em seu livro Orisás, diz que o culto de Osòosi foi praticamente extinto na região de Ketu, na Iorubalândia, uma vez que a maioria de seus sacerdotes foram escravizados, tendo sido enviados à força para o Novo Mundo ou mortos. Aqueles que permaneceram em Ketu ainda cultuo no que  lembrarem  como realizar os ritos apropriados e outros  passaram a cultuar outras divindades. Ossòossi é um orisá da caça e da fartura. Assim como Ossanha, também nutre grandes conhecimentos em ervas medicinais. Embora ele não seja de maneira específica um curandeiro. Uma das principais habilidades de Osòosi é a caça, durante vários milênios os deuses tentaram imitá-lo em suas artes de caça, mas foi em vão. Embora fosse um pouco soberbo por ser um exímio caçador, Osóosi nunca deixou de alimentar a todos na cidade na qual era rei, graças ao que trazia da caças.
 Osòosi é um dos Orisás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte.
Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo "de fora", a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas. O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local. Assim, Osòosi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Enquanto cabe a Ogum a transformação deste conhecimento em técnica. Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material. *Osòosi em várias lendas não é cultivado na mitologia africana. É mais comum encontrar adoração a Osòosi na umbanda, do que no africanismo, pelo menos aqui no Brasil.


Oferendas:
Sacrificam-se pombas, cabritos, galos, codornas, frangos, veados, galinhas-d'angola, cutias etc.
DIA: Quinta-feira
COR: Azul-Turquesa
SÍMBOLOS: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukeré
ELEMNTO: Terra (florestas e campos cultiváveis)
DOMÍNIOS: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura

Sete folhas mais usadas para Osòossi: Ewê odé, Akoko, Odé akoxu, Etítáré, Iteté, Igbá ajá, Bujê, Alfavaca do campo, jureminha, caiçara, arruda, abre caminho, malva rosa, capeba, peregum, taioba, sabugueiro, jurema, capim limão, acácia, cipó caboclo, goiabeira, erva de passarinho, guaco, guiné, malva do campo, são gonçalinho, Louro, cabelo de milho, eucalipto, manjericão, samambaia; 

SAUDAÇÃO: Òké Aro!!! Arolé!

TITULOS (EPITETOS) de Osòosi: 

ÍBUÀLÁMÒ –  É velho e caçador. Come nas águas mais profundas. Conta um mito que Ybualamo é o verdadeiro pai de Logunedé. Apaixonado por Osun e vendo-a no fundo do rio, ele atirou-se nas águas mais profundas em busca do seu amor. Sua vestimenta é azul celeste, como suas contas. Come com Omolu Azoani. Usa um capacete feito de palha da costa e um saiote de palha da costa. Há um templo com esse nome na África fazendo alusão ao seu fundador. Aliás há vários templos mas todos são de um orixá
ÍNLÈ – É novo  e caçador, tem seu culto as margens do rio Irinlé, conhecido com caçador de Elefantes, o marfin é a sua conta, tem ligação com Oxuns, Oxaguiã e Yemanjá.
Arolé: Propicia a caça abundante. É invocado no Pade. É um dos mais belos tipos de Osòosi. Um verdadeiro rei de Ketu. As pessoas dele são muito antipáticas. Jovem e romântico, gosta de namorar, vive mirando-se nas águas, apreciando sua beleza. Come com Ogum e Osun. Veste azul claro, aprecia a carne de veado e é ágil na arte de caçar.
DANA DANA – Tem fundamento com Exu e  Ossain.  É ele o Òrixá que entra na mata da morte e sai sem temer Egun e a própria morte. Veste azul claro, muito impetuoso e foge à toa.
AKUERAN – Tem fundamento com Ogun e Ossain. Muitas de suas comidas são oferecidas cruas. Ele é o dono da fartura. Ele mora nas profundezas das matas. Veste-se de azul claro e tiras vermelhas. Suas contas são verde claro.
KÒIFÉ - Não se faz no Brasil e na África, pois, muitos de seus fundamentos estão extintos. Seus eleitos ficam um ano recolhidos, tomando todos os dias o banho das folhas. Veste vermelho, leva na mão uma espada e uma lança. Come com Ossain e vive muito escondido dentro das matas, sozinho. Suas contas são azuis claras, usa capangas e braceletes. Usa um capacete que lhe cobre todo o rosto. Assenta-se Koifé e faz-se Ybo, Ynlé ou Oxum Karé; trinta dias após, faz-se toda a matança.
KÀRÉ –   É ligado as águas e a Osun, porém os dois não se dão bem, pois, exercem as mesmas forças e funções. Come com Osun e Oxalá. Usa azul e um Banté dourado. Gosta de pentear-se, de perfume e de acarajé. Bom caçador mora sempre perto das fontes. Há um Itan que diz que Yemanjá passeava pelas matas quando avistou de longe o pequeno Logun Edé . Ela ficou por horas admirando a beleza do pequenino. Foi até Orunmila, dizendo que queria ter um filho que fosse tão belo quanto ele. O sábio lhe disse que a criança era mágica e encantada, pois era fruto da união e do amor de seus pais. Da mesma forma Yemanjá estava enlouquecida querendo ter um filho com tal encanto. Orunmila lhe disse que ela deveria pegar um obi, passá-lo no ventre e logo após jogar nas águas. E assim a rainha do mar foi até as águas mais belas e límpidas, passou o obi em seu ventre, mais na hora de jogar na cachoeira, ela atirou errado e o obi caiu em cima de uma pedra, que o dividiu ao meio, caindo metade nas águas e a outra metade no mato. E passando– se 9 meses, Yemanjá deu a luz a um casal  de gêmeos, e deu- lhes o nome de Osun Karê e Odé Karê, e ambos eram tão belos e encantados como Logun Edé. As crianças cresceram travessas, Osun se vestia como Odé, e Odé como Osun, e por isso ninguém nunca sabia quem era quem. Aprenderam a arte da caça, por isso ambos levam o ofá (arco e flecha). Em sua aldeia, quando estava na temporada de caça, Osun Karê ao invés de ficar lá com as mulheres preparando a colheita e a lenha, ela ia para as longas caçadas com seu irmão e com os demais caçadores de sua aldeia. Odé ao invés de caçar apenas nas matas com os outros, passou a se embrenhar pelos rios e cachoeiras se tornando junto dela um ótimo pescador… Assim o desejo de Yemanjá se realizou, pois Orunmila lhe deu dois encantos caçadores das águas! Até hoje muitos acreditam que certa vez houve uma grande seca, acabando com os rios e animais, e por tamanha tristeza os Karê’s tornaram-se um só, juntando assim o obi novamente… Por isso os filhos de Karê são doces como Osun e destemidos como Osòosi, por que são orixás individuais, mais quando necessário tornam– se uma só força, uma só magia, um só encanto!
 Karo: Um dos caçadores que também moram as margens de um rio é irmão de Iguidinile.
ÍNSÈÈWÉ ou Oni Sèwè – É o senhor da floresta, ligado as folhas e a Ossain, com quem vive nas matas. Veste azul claro, e banda de palha da costa,  usa capacete quase tapando o seu rosto.
ÍNKÚLÈ ou Oni Kulé- Odé das montanhas, de culto no platô das serras, muito ligado a Oxaguiã e Jagun, veste verde claro, turquesa.
ÌNFAMÍ ou Infaín Odé funfun, ligado a Oxaguiã e Oxalufã, só usa branco e come abadô
AJÉNÌPAPÒ- Odé ligado as Iyamis Osorongá, aquele que pode se aproximar e também a Oyá, o dono do Irukere.
Gongobila: É um Osòosi jovem. Tem fundamento com Oxalá e Oxum.
 Orélúéré- Ligado aos Igbôs, odé de culto antigo.
Wale: É velho e usa contas azuis escuro. É considerado como rei na África, pois, seu culto é ligado, diretamente, a pantera. É muito severo, austero, solteirão e não gosta das mulheres, pois, as acha chatas, falam demais, são vaidosas e fracas. Come com Exu e Ogum.
Otókan Sósó: Não é qualidade, é um oríkì que significa o caçador que só tem uma flecha . Ele não precisa de mais nenhuma flecha porque jamais erra o alvo.
Poderemos encontrar ainda: Odé Etetú; Odé Edjá, Odé Isanbò, Odé Ominòn, Odé Oberun’Já.
 Ossòosi Obaunlu :segundo registro há um assentamento deste Orisa aqui no Brasil desde 1616 no ase de Ya Olga de alaketu, é considerado o patrono do ketu.






















ÀWON ARÁ MÉFÀ

“O CORPO SACERDOTAL DO CULTO AS DIVINDADES DA CAÇA”
Na Tradição YORÚBÀ as Divindades da Caça tem a sua importância devido à três princípios básicos:

O primeiro é de ordem material, pois esta Divindades quem possibilita as caçadas frutuosas e, em consequência, garante a comida em abundância.
O segundo é de ordem médica, pois os caçadores, estando frequentemente na floresta, estabelecem contato com os OLOSÁNYÌN e os ONÍSÈGUN(Sacerdotes e Curandeiros do Culto à ÒSÁNYìN), possibilitando um amplo aprendizado sobre a medicina natural.
O terceiro é de ordem social, pois quase sempre um caçador quem descobre, sob a proteção das Divindades da Caça, por ocasião de suas incursões à procura da caça, um lugar favorável para o estabelecimento de uma nova roça ou de uma futura aldeia onde ele vem instalar-se com sua família. Este caçador se torna o primeiro ocupante do lugar e o dono da terra, à frente daqueles que virão instalar-se depois dele. 
Os caçadores e os pescadores, não correspondem a castas, mas sim a etnias. Suas atividades estão entre as mais antigas da Sociedade Humana: a “caça” que corresponde “duas caças”, uma na terra e outra na água hoje denominada de “pesca” representam também grandes escolas de iniciação, pois não há quem se aproxime imprudentemente das força sagradas da Terra-Mãe e dos poderes da mata, onde vivem os animais e os seres sobrenaturais. A exemplo, o caçador, de modo geral, conhece todas as “encantações da mata” e deve dominar a fundo a ciência do mundo animal.
Dentro do Panteão YORÚBÀ as Divindades da Caça mais conhecidas são:

ERINLÈ ou IBÙALÁMO

ODE

ÒSÓÒSI

ORÈLÚÉRÉ

LÓGUNÈDE

OTIN


entre outros dos quais seus respectivos cultos se perderam na diáspora.

Afim de preservar o culto as Divindades da Caça, foi estabelecida uma Irmandade composta por um corpo sacerdotal de seis membros masculinos, dentro de uma sociedade de caçadores. Esta Irmandade intitulada de ÀWON ARÁ MÉFÀ tem contribuído muito para que o culto as Divindades da Caça no Novo Mundo não caminhe a beira da extinção como ocorre em suas terras de origem – a África Ocidental.
DENOMINAÇÕES E FUNÇÕES DOS TÍTULOS:

OLÚ ODE – Primeiro título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ e Chefe dos caçadores; o sumo sacerdote do culto, guardião dos segredos da gênese cósmica e das ciências da vida, detêm o conhecimento, o entendimento e a sabedoria dos mitos e ritos litúrgicos às Divindades da Caça. Este tradicionalista, geralmente dotado de uma memória prodigiosa, normalmente também é o arquivista de fatos passados transmitidos pela tradição, ou de fatos contemporâneos. O OLOODE ou ÀKÓ ARÁ MÉFÀ como também é conhecido, desempenha as suas funções auxiliado por seus dois assistentes: o ÒTUN ÀKÓ ARÁ MÉFÀ (o mais graduado dos dois assistentes de um chefe) e seu ÒSI ÀKÓ ARÁ MÉFÀ (o menos graduado dos dois assistentes de um chefe). O ÒTUN exerce a função somente na ausência do ÀKÓ ARÁ MÉFÀ e o ÒSI na ausência do. Caso ocorra a ausência inesperada dos três nada se faz. Mesmo o OLÚ ODE sendo o detentor de todo os segredos do culto ele não poderia realizá-lo sozinho por isso a metáfora a seguir nos explica: “ILÉ BABA MI NÍ ILÈKÙN MÉFÀ” - “a casa de meu pai tem seis portas” ou interpretando a metáfora para os ÀWON ARÁ MÉFÀ “seis em apenas um, um que se divide em seis”. Esta é a expressão resumida de um pacto firmado dentro do sagrado e não poderá ser violado. Desta forma todos os titulares devem serem auxiliados por seus ÒTUN e seus ÒSI.
EPERIN L'ODE – Segundo título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ, o Grande Caçador de Elefantes, a expressão elefante tem a conotação do maior animal de caça, não pela sua carne e sim pela sua presa, o precioso marfim; mas sabemos que o animal mais caçado são os antílopes. Detentor dos “encantamentos da caça”, aquele que antes de sair a uma caçada, com seu misterioso ÌRÙKÈRÈ passa sobre o arbusto de uma determinada folha e pela reação desta, sabia se o grupo deveria ou não sair à caça, pois na antiguidade quando um caçador aventurava-se a caçar e retornava à aldeia sem animais abatido era tido como sinal de mal agouro. Se necessitamos invocar o ÀSE das Divindades da Caça é a ele que deveremos recorrer, inclusive nos Candomblés é o EPERIN que “bate os chifres de boi” emitindo um som característicos que invocam as Divindades da Caça. Os Rito de Sacrifícios são de sua inteira responsabilidade.
KAKO ONÍKÙMÒ EKÙN – Terceiro título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ, “aquele que esta armado com a clave do Leopardo” o que significa que tem o poder de julgar e condenar, já que a figura do Leopardo esta associada à Justiça dos Homens. Sua função é manter a ordem política e social entre a comunidade de caçadores e a própria Irmandade, pois segundo o pacto não deve haver disputas ou desavenças entre si.
PAKÙN ODE – Quarto título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ aquele que auxilia o EPERIN nos ritos de sacrifícios e esta a seu cargo o trato dos animais antes e depois do sacrifício, com exceção da cozinha, pois sabemos que mesmo em território YORÚBÀ “ao homem esta vedado a cozinha ritual”.

ODE APERÍ – Quinto título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ detêm o conhecimento dos encantamentos, louvações, rezas e cânticos as Divindades da Caça. Este terá o direito de formar um grupo de pessoas que o auxilie no coral.

ONÍ PÓNPÓ – Sexto título da hierarquia dos ARÁ MÉFÀ o guardião do templo dos caçadores aquele que detêm o poder de invocar a força de ELÉGBÁRA, juntos protegem a comunidade dos ataques dos AJOGUN (os inimigos sobrenaturais dos Homens). Emb humora este título pertença a esta Irmandade, aquele que o exerce é um dos sacerdotes do Culto à ALÁKETU – o primeiro Rei da cidade de KETU e ancestral do primeiro Rei da etnia ÈGBÁ (atualmente habitantes da cidade de ABEOKUTA)

Fora desta Irmandade mas pertencente ao Culto as Divindades da Caça ou a Sociedade de Caçadores, existe um IJÓYÈ “posto feminino” denominado ÌYÀ ODE ou ÌYÁOFARASODE, guardiã dos segredos de ÌYÁ APAOKA ou ÌYÁ NBANBA e que desempenha sobretudo a função de sacerdotisa; e não poderia ser diferente entre os demais cultos, pois “nada se faz somente com homens, assim como nada se faz somente com mulheres” a exemplo temos a Sociedade EGUNGUN e a Sociedade GELEDE.
Outros OLÓYÈ “posto masculino” que merecem um estudo a parte é o AFIRIKODE ou como muitos o conhece AFRIKODE e o OMOREKUN. que em algumas tradições também e considerado como um Ara Mefa entre os oloye dos caçadores ainda temos o ONI ABO ODE, ONI TAFAODE E UMA SACERDOTISA MUITO IMPORTANTE DENTRO DESTE CULTO A IYA OFARERE.

Autor:Ogan Vinicius - Olu Ode Nile Ibualamo


Itans (lendas) de Osòosi:

Osòosi mata a mãe com uma flechada. Olodumare chamou Orunmilá e o incumbiu de trazer-lhe uma codorna. Orunmilá explicou-lhe as dificuldades de se caçar codorna e rogou-lhe que lhe desse outra missão. Contrariado, Olodumare foi reticente na resposta e Orunmilá partiu mundo afora a fim de saciar a vontade do seu Senhor. Orunmilá embrenhou-se em todos os cantos da Terra. Passou por muitas dificuldades, andou por povos distantes. Muitas vezes foi motivo de deboche e negativas acerca do que pretendia conseguir. Já desistindo do intento e resignado a receber de Olodumare o castigo que por certo merecia, Orunmilá se pôs no caminho de volta. Estava ansado e decepcionado consigo mesmo. Entrou por um atalho e ouviu o som de cânticos. A cada passo, Orunmilá sentia suas forças se renovando. Sentia que algo de novo ocorreria. Chegou a um povoado onde os tambores tocavam louvores a Sangô, Iemanjá, Osum e Obatalá. No meio da roda, bailava uma linda rainha. Era Osum, que acompanhava com sua dança toda aquela celebração. Bailando a seu lado estava um jovem corpulento e viril. Era Ossòossi, o grande caçador. Orunmilá apresentou-se e disse da sua vontade de falar com aquele caçador. Todos se curvaram perante sua autoridade e trataram de trazer Ossóossi à sua presença. O velho adivinho dirigiu-se a Osòosi e disse que Olodumare o havia encarregado de conseguir uma codorna. Seria esta, agora, a missão de Osòosi. Osòosi ficou lisonjeado com a honrosa tarefa e prometeu trazer a caça na manhã seguinte. Assim ficou combinado. Na manhã seguinte, Orunmilá se dirigiu à casa de Osòosi. Para sua surpresa, o caçador apareceu na porta irado e assustado, dizendo que lhe haviam roubado a caça. Osòosi, desorientado, perguntou à sua mãe sobre a codorna, e ela respondeu com ares de desprezo, dizendo que não estava interessada naquilo. Orunmilá exigiu que Osòosi lhe trouxesse outra codorna, senão não receberia o Asé de Olodumare. Osòosi caçou outra codorna, guardando-a no embornal. Procurou Orunmilá e ambos dirigiram-se ao palácio de Olodumare no Orum. Entregaram a codorna ao Senhor do Mundo. De soslaio Olodumare olhou para Osòosi e, estendendo seu braço direito, fez dele o rei dos caçadores. Agradecido a Olodumare a agarrado a seu arco, Osòosi disparou uma flecha ao azar e disse que aquela deveria ser cravada no oração de quem havia roubado a primeira codorna. Osòosi desceu à Terra. Ao chegar em casa encontrou a mãe morta com uma flecha cravada no peito. Desesperado, pôs-se a gritar e por um bom tempo ficou de joelhos inconformado com seu ato. Negou, dali em diante, o título que recebera de Olodumare.
  Osòósí mata o grande pássaro: Em tempos distantes, Odùdùwa, Obà de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura. De repente, um grande pássaro, (èlèye), pousou sobre o Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando fardas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma parte da colheita as Àjès (feiticeira, portadoras do pássaro), personificando seus poderes atravez de Ìyamì Òsóróngà. Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes. O Oba então mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas. Chamou desta vez, das terras de Moré, Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou todas suas investidas contra o grande pássaro. Ainda foi, convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 20 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu. Por fim, já com todos sem esperança, resolveram convocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha. Sua mãe Yemonjá, sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, vez que três dos melhores caçadores falharam em suas tentativas. Yemonjá foi consultar Ifá para Òsotokànsosó. Foi consultar os Bàbálàwo. Eles disseram que faça oferendas. Eles dizem que Yemonjá prepare ekùjébú (grão muito duro) naquele dia. Eles dizem que tenha também um frango òpìpì (frango com as plumas crespas). Eles dizem que tenha èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira). Eles dizem que Yemonjá tenha seis kauris. Yemonjá faz então assim, pediram ainda que, oferecesse colocando sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção. Eles dizem que ofereça em uma estrada, dizem que recite o seguinte: “Que o peito da ave receba esta oferenda”. Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em direção ao pássaro, esse abria sua guarda recebendo a oferenda ofertada por Yemonjá, recebendo também a flecha serteira e mortal de Òsotokànsosó. Todos após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: “òsóòsì! òsóòsì!” (caçador do povo). A partir desse dia todos conheceram o maior guerreiro de todas as terras, foi referenciado com honras e carrega seu título até hoje. Òsóòsì.
Arquétipo:
Os filhos de Osòosi são pessoas de aparência calma, q podem manter a mesma expressão qdo alegres ou aborrecidas, do tipo que não exterioriza as suas emoções, mas não são, de forma alguma, pessoas insensíveis, só preferem guardar os sentimentos p si.
São pessoas q podem parecer arrogantes e prepotentes, e às vezes, não. Na realidade, os filhos de Òsòósi são desconfiados, cautelosos, inteligentes, atentos, selecionam muito bem as amizades, pois possuem grande dificuldade em confiar nas pessoas. Apesar de não confiarem, são pessoas altamente confiáveis, das quais não se teme deslealdade; são incapazes de trair até um inimigo. Magoam-se com pequenas coisas e qdo terminam uma amizade é p sempre.
São do tipo q ouvem conselhos com atenção, respeitam a opinião de todos, mas sempre fazem o q quer. Com estratégia, acabam por fazer prevalecer a sua opinião e agradando a todos.
Altos e magros, os filhos de Òsòósi possuem facilidade p se mover, mesmo entre obstáculos. O seu andar possui leveza e elegância. A sua presença é sempre notada, mesmo q não façam nada p isso acontecer.
Os filhos de Òsòósi gostam de solidão, isolam-se, ficam à espreita, observam atentamente tudo o q se passa à sua volta. Curiosos, percebem as coisas com rapidez, são introvertidos e discretos, vaidosos, distraídos e prestativos, comportamento típico de um caçador, provedor do seu povo.

Oriki:
Òsòosì! Oxóssi! 
Awo òde ìjà pìtìpà. Ó orixá da luta,
Omo ìyá ògún oníré. irmão de Ògún Onírè.
Òsoosì gbà mí o. Oxóssi, me proteja !
Òrìsà a dínà má yà. Orixá que tendo bloqueado o caminho, não o desimpede.
Ode tí nje orí eran. Caçador que come a cabeça dos animais.
Eléwà òsòòsò. Orixá que come ewa osooso.
Òrìsà tí ngbélé imò, Orixá que vive tanto em casa de barro
gbe ilé ewé. como em casa de folhas.
A bi àwò lóló. Que possui a pele fresca.
Òsoosì kì nwo igbó, Oxóssi não entra na mata
Kí igbo má mì tìtì. sem que ela se agite.
Ofà ni mógàfí ìbon, Ofà é a arma poderosa que o pai usa em lugar de espingarda.
O ta ofà sí iná, Ele atirou a sua flecha contra o fogo,
Iná kú pirá. o fogo se apagou de imediato.
O tá ofà sí Oòrùn Atirou sua flecha contra o sol,
Oòrùn rè wèsè. O sol se pos.
Ogbàgbà tí ngba omo rè. Ó salvador, que salva seus filhos !
Oní màríwò pákó. Ó senhor do màrìwó pákó !
Ode bàbá ò. Meu pai caçador
O dé ojú ogun, chegou na guerra,
O fi ofà kan soso pa igba ènìyàn. matou duzentas pessoas com uma única flecha.
O dé nú igbó, Chegou dentro da mata,
O fi ofà kan soso pa igba eranko. usou uma única flecha para matar duzentos animais selvagens.
A wo eran pa sí ojúbo ògún lákayé, Arrasta um animal vivo até que ele morra e o entrega no ojubo de Ogum.
Má wo mí pa o. Não me arraste até a morte.
má sì fi ofà owo re dá mi lóró. Não atire sofrimentos em minha vida, com seu Ofà.
Odè ò, Odè ò, Odè ò, Ó Odè! Ó Odè! Ó Odè!
Òsoosì ni nbá ode inú igbo jà, Dentro da mata, é Oxosse que luta ao lado do caçador
Wípé kí ó de igbó re. para que ele possa caçar direito.
Òsoosì oloró tí nbá oba ségun, Oxosse, o poderoso, que vence a guerra para o rei.
O bá Ajé jà, Lutou com a feiticeira
O ségun. e venceu.
Òsoosì o ! Ó Oxóssi,
Má bà mi jà o. não brigue comigo.
Ogùn ni o bá mi se o. Vence as guerras para mim
Bí o bá nbò láti oko. Quando voltar da mata,
kí o ká ilá fún mi wá. Colhe quiabos para mim.
Kí o re ìréré ìdí rè. ao colhê-los, tire seus talos.
Má gbàgbé mi o, Não se esqueça de mim.
Ode ò, bàbá omo kí ngbàgbé omo. Ó Odè, um pai não se esquece do filho.
Asè!


Ò dábò!

JOGO DE BÚZIOS;
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sigilo absoluto!!
Babalorixa Ricardo de Laalu.
F: 05511-96787.9019 - Whattsapp






Danças do Candomblé!

O candomblé é uma religião afro-brasileira que cultua os orixás, divindades da natureza. A dança é uma forma de expressão e devoção aos ori...