terça-feira, 3 de novembro de 2015

O ENIGMA DA MENSTRUAÇÃO (BAJÉ) E SEUS TABUS NO CANDOMBLÉ- parte 2


O Bajé (menstruação) e um grande tabu no Candomblé independente da nação, casa matriz e denominação, o Bajé e um período em que a mulher fica com sua energia central alterada, com os hormônios desregulados afetando seu estado de humor  e aumentando a irritabilidade, um período sem duvida para algumas muito doloroso e incomodo podendo lhe proporcionar situações desagradáveis; Aprendemos com os mais velhos que quando a mulher está de Bajé não pode participar dos rituais internos do Ilé (casa) porque ela está suja, impura e com as energias influenciadas pelas Eleyies (feiticeiras), porque o Bajé está ligado as Yias, o engano esta em acharem que as Eleyies são apenas negativas e assim poderá se prejudicar ou aos irmãos, não podendo nem mesmo preparar as comidas sagradas porque o Orixá não irá aceitar tão oferenda preparada por uma mulher de Bajé!
Entendo e respeito muito as tradições da nossa religião e assim devemos agir com respeito aos mais velhos que são nossa base histórica e de resistência porem a situações que devemos estudar, pesquisar e analisar para que nossa religião assim evolua é não entre na estagnação.
No nosso corpo existem Sete pontos Chacras (Os chacras são pontos de interseção entre vários planos e através deles nosso corpo etérico se manifesta mais intensamente no corpo físico), na figura a seguir
da para ter uma noção da função de chacra, partindo desse principio e pelo fato que na nossa cultura o ponto de maior importância e o Ori (cabeça) e depois o Okan (coração), o chacra da genitália fica em menor grau de importância energética é claro, não esqueçamos que é o órgão da “vida”, mas é a cabeça nosso principal e mais importante órgão  pois e na cabeça que mora nosso Deus individual (Ori), Ori é o mais importante divindade que devemos cultuar diariamente é ele que esta sempre conosco, nunca nos abandona nem na hora da morte, sem o consentimento de Ori nada pode ser feito é se for não terá o resultado esperado, só um Ori equilibrado ou não que pode alterar o resultado de uma Ebó (oferenda). No período menstrual (bajé) realmente algumas mulheres sofre alterações hormonais e de humor e para essas é recomendado o período para descansar para poupa-las, agora uma Yalorixás, ou Yamoro, Yialaxé ou de outros cargos imprescindíveis para o bom andamento da casa se não sofrem com tais alterações não devem ser afastadas das funções  por conta que apenas seu Chacra órgão genital e (base da barriga) Nome em sânscrito: SWADHISTANA ("Fundamento de si próprio")está com a energia alterada, explico:
No Culto ao Orixas , Candomblé para manipularmos os alimentos, invocar a energia do Orixa ou a energia ancestral no ritual do Bori utilizamos o Chacra Raiz, o Chacra do Plexo Solar, o Chacra cardíaco, o Chacra Laríngeo e o Chacra Coroa (Ori), esses sim tem que estar em harmonia, o chacra Genital  tem a ver apenas com nosso "eu" intimo que não interfere nos rituais sagrados do Axé; Digo isso não para menosprezar os antigos pelo contrario a minha intenção e justamente evoluir a nossa religião para honra-los;
Como é feito quando uma Yialorixá e a sua Yiajibona está de Bajé com Yiawo recolhido!? Suspenda a feitura ou substitui a mãe criadeira!?
Devemos obedecer sim nossas tradições mas também temos o dever de ter bom senso, coerência e discernimento para corrigir os enganos de pessoas que não tinham acesso ao conhecimento que hoje nos temos de no conforto de nosso lar através de um computador , tomaram atitudes e adotaram regras para o bom funcionamento de seus Ilés mas que hoje não fazem mais sentido.
Itàn (lenda):
Ìrókò é um caçador por excelência e Ãbòyámã , sua irmã, a essência de uma terrível feiticeira (àjé). Ambos habitam as árvores que possuem o nome dos mesmos. Sempre que Ìrókò saía à noite, para perseguir animais, depositava os apreendidos junto à imensa apáòká que havia próxima à entrada da floresta. Tão logo se retirava do local para reiniciar a caçada, as Ìyá mi eléeiye se aproximavam dos animais abatidos e bebiam todo o sangue dos mesmos. Era assim todas às vezes que Ìrókò saía para caçar.

Ãbòyámã, sempre que Ìrókò retornava da caçada com animais totalmente dessangrados, ela indagava: ‘O que o leva a trazer somente animais sem sangue para nos alimentar?’ Ìrókò respondia-lhe da mesma forma todos os dias: ‘Isso não lhe diz respeito. Deixe de ser curiosa e se preocupe mais com os afazeres da casa, ao invés de se envolver em meus negócios’. ‘Isso é você quem diz. Vou insistir na resposta todas as vezes que você voltar da caçada’. Ìrókò em tom ríspido respondeu-lhe: ‘Água que não é de beber, deixe-a correr’. Diante do tom áspero do seu irmão, Ãbòyámã calou-se, todavia tal procedimento aguçou com mais intensidade o desejo de desvendar o enigma. Assim sendo, tão logo Ìrókò adormeceu sua irmã, após fazer três pequenos furos na sacola em que carregava seus objetos de caça (àpò-dòho), encheu-o de cinzas.

No dia seguinte, ao alvorecer, Ìrókò, sem de nada desconfiar, pegou seus objetos de caça, colocou-os dento da sacola e seguiu em direção à floresta. Ãbòyámã, que aguardava silenciosamente por esse momento, deu início ao seu plano e, sorrateiramente, começou a seguir a trilha deixada pelas cinzas que caiam do saco que continha os apetrechos de caça do seu irmão. Alguns passos da entrada da floresta, Ãbòyámã observou que Ìrókò deixou sua sacola aos pés de uma imensa árvore e, em seguida, adentrou a mesma, impedindo dessa forma de continuar-lhe seguindo. Ãbòyámã não esmoreceu. A vontade de desvendar todo aquele mistério era muito mais forte. Assim sendo, decidiu aguardar naquele local o retorno do seu irmão.

No final do dia, antes do anoitecer Ìrókò retornou do interior da floresta trazendo consigo os animais abatidos. Depositou-os aos pés da imensa árvore propiciatória, onde havia deixado o saco em que guardava seus apetrechos de caça. Horas depois, a escuridão tomou conta da floresta. Ãbòyámã, continuando às ocultas, aguardava o momento em que seu irmão dessangraria os animais. De repente, diversas aves emitindo gritos aterrorizantes começaram a revoar o topo da árvore onde os animais abatidos foram depositados. Logo em seguida, Ãbòyámã estatelada ficou ao ouvir uma das aves dirigir-se ao seu irmão: ‘Por que não vieste sozinho como das vezes anteriores? Ìrókò respondeu: ‘Mas eu vim sozinho’. ‘Se tu vieste sozinho como dizes, quem é aquela mulher escondida por trás dos arbustos?’; pergunto a ave. Ìrókò, ao ouvir tais palavras empalideceu. Totalmente desconcertado, olhou em direção aos arbustos, entretanto, nada viu. ‘Eu não sei de qual mulher estás falando. Não vejo ninguém por trás dos arbustos’; respondeu Ìrókò, olhando outra vez para o local de que ave havia falado. ‘Eu me refiro à Ãbòyámã, tua irmã’; disse a ave. Continuando o diálogo, a ave pronunciou-se: ‘Ela o seguiu desde que saíste de casa para caçar. Ela deseja saber o porquê dos animais, que você caça e leva para casa, não possuem sangue. Você, que está oculta atrás dos arbustos, saia daí imediatamente e se apresente’; continuou misteriosamente a ave a falar.

Apavorada, Ãbòyámã sai de detrás dos arbustos. Quando Ìrókò a vê, uma força estranha lança sua irmã aos pés da árvore do sacrifício. ‘Perdão, Senhoras dos Pássaros (Ìyá mi eléeiye). Eu não sabia que o sangue era para as senhoras’; clamou Ãbòyámã. ‘Uma mulher indiscreta deprecia sua família. Procedendo dessa forma, ela provou que não confia em você, tampouco o respeita. “Já que você deseja ver sangue, você verá em si mesma, pois o fluxo menstrual que não era eliminado por tua genitália, a partir de hoje, enquanto fores jovem, verás de trinta em trinta luas em si mesma’; pronunciou-se friamente a Senhora dos Pássaros”.




Ò dábò!

JOGO DE BÚZIOS;
LIGUE AGORA E AGENDE UMA CONSULTA!!
sigilo absoluto!!
Babalorixa Ricardo de Laalu.
F:055-11-96787.9019 - Whattsapp
Email: ricardolaalu@gmail.com
Site: https://www.pairicardodelaalu.com/
Skype: Ricardo de Laalu

Danças do Candomblé!

O candomblé é uma religião afro-brasileira que cultua os orixás, divindades da natureza. A dança é uma forma de expressão e devoção aos ori...