sábado, 23 de setembro de 2017

Sabão da Costa, (òsé dudu)


Ose dudu

Princípios, uso e propriedades !
Sabão da Costa, (òsé dudu) em Yorùbá, literalmente sabão negro. Òsé dudu é um sabão negro consistente, de origem africana, comum em todos os mercados populares em diversos países africanos. Os originais são feitos de forma artesanal, com gordura animal; é pastoso e faz bastante espuma. No início do século XVI, navegadores ibéricos, por falta de conhecimento geográfico, passaram a designar genericamente toda a costa atlântica africana e seu interior imediato, como «da Costa», e naturalmente, tudo o que dali procedesse possuía a mesma denominação, ou seja, seria «da Costa», e isso não serviu apenas para o sabão, mas também outros artigos tais como: pano (da Costa), pimenta (da Costa), limo (da Costa), esteira (da Costa), etc.
Segundo estudos, de diversos historiadores, o sabão da Costa era importado pelo Brasil desde o ano de 1620. Nessa época ele era procedente de países como Gana e Camarões e, principalmente da Nigéria, grande produtor. O antigo Daomé (atual República do Benin) e Togo, também produziam sabão, o dito da Costa, que era trazido por escravos e seus algozes, os traficantes de escravos. Pode ser associado a ervas secas, especiarias, azeites, óleos, pós de vegetais, minerais, ossos de diversos animais, sangue de animais, enfim, uma infinidade de elementos que os Babalawo utilizam para as mais distintas finalidades. Como toda a arte mágica, ao preparar o òsé dudu temos que ter cuidado ao misturar os ingredientes para que possamos alcançar os melhores resultados, devemos com atenção conhecer previamente a potência de cada elemento, para então sabermos que reunidas produzirão os efeitos desejados. Para esses resultados que esperamos, não é suficiente apenas misturar os elementos. Todo sabão preparado só atingirá seus objetivos for, após a sua finalização, imantado pela poderosa energia do Òrisá que você deseja, o Asé. A observância da luz solar e da energia lunar fazem a diferença. Ao prepararmos o òsé dudu, devemos seguir as indicações como dia, hora, etc, pois ao obedecermos ás indicações estaremos contribuindo e muito com o sucesso da realização da finalidade a que se destina !
No livro «Casa Grande e Senzala», o clássico estudo de Gilberto Freyre, este grande erudito nos informa que o sabão da Costa, passou a ser vendido ao povo em geral, no Brasil, notadamente nas ruas do Rio de Janeiro, por escravos libertos logo após a Abolição da Escravatura. No Rio de Janeiro, já no século XX e principalmente a partir dos anos 70, com a chegada massiva de estudantes nigerianos que aqui vieram para estudar em diversas Universidades, iniciou-se um intenso comércio, não só do sabão da Costa, como também de muitos outros artigos religiosos. O Mercadão de Madureira, sem dúvida é o maior centro difusor. No Brasil no início dos anos 70, poucas eram as lojas que o tinham para venda. Devido ás suas propriedades medicinais, terapêuticas religiosas, seu uso tornou-se mais intenso.
Mas é bom saber, e estar alerta, pois alguns africanos em conluio com alguns comerciantes inescrupulosos misturaram sabão da Costa legitimo com um outro, que é tido como sabão da Costa, porém é inferior ao original, embora também seja vendido em larga escala. Nos grandes mercados africanos podemos encontrá-lo geralmente envolto em folhas de bananeira ou até em pequenas bolas de 100g envoltas em plástico. É o mesmo e velho sabão da Costa!
*Texto extraído do livro «O uso mágico e terapêutico do Sabão da Costa» de Fernandez Portugal Filho – Rio de Janeiro, 2011 – Editora Cristális.
Ao contrário dos sabões comerciais, que são feitos de produtos químicos sintéticos, o ose dudu é muito hidratante para a pele.
A receita básica é secular, das antigas tradições, tendo sido transmitida ao longo de gerações.

É feito de forma artesanal, não sendo encontrado em farmácias, somente em lojas específicas de produtos africanos, normalmente na forma bruta.
O Sabão preto é conhecido na África Ocidental por vários nomes, mas o mais comum é Ose Dudu, que é derivado do Anago ou línguas yorubá da Nigéria, Benin e Togo. Significando, literalmente, sabão (ose) Preto (Dudu). Embora conhecido como “negro”, o sabão preto Africano varia de um marrom claro ao preto profundo, dependendo dos ingredientes e modo de preparação. As cascas, folhas e vagens do cacau também são utilizadas para dar a cor característica.
O óleo usado para fazer o sabão varia de região para região, e inclui óleo de palma, óleo de palmaste,  manteiga de cacau e manteiga de karité. Qualquer combinação destes ingredientes é possível, e é determinado como base. Além disso, o cloreto de potássio, que é usado para fazer sabão preto africano, pode ser derivado a partir das cinzas de várias fontes vegetais, incluindo frutos do cacau, cascas de karité, folhas de bananeira e os subprodutos da produção de manteiga de karité.
O cloreto de potássio utilizado provém das cinzas de folhas de bananeira, resíduos de manteiga de karité e da casca de uma árvore local chamada Agow. A casca é colhida de forma a não prejudicar a árvore.
O processo de elaboração do sabão é altamente sofisticado e exige a agitação das mãos, por pelo menos um dia inteiro, e um estágio de maturação (cura), por duas semanas. O sabão pode ser processado por fusão, em fogo direto, com uma pequena quantidade de água. Durante esta fase de fusão, a textura do sabão se torna mais suave e há uma mudança de cor para um marrom chocolate.
O sabão derretido é então prensado em blocos, que podem ser cortados em barras para facilidade de uso.        
O sabão preto é comumente feito pelas mãos de mulheres das aldeias africanas, que fazem o sabão para si e para sustentar suas famílias.
As mesmas mulheres que fazem sabão preto optam por usar apenas sabão preto em seus bebês, pois a pureza do sabão faz com que não resseque a pele. Na verdade, o sabão preto é geralmente o único sabão utilizado na maioria dos países do oeste Africano. É uma fonte natural de vitaminas A, e ferro, ajudando a fortalecer a pele e cabelo.
Por séculos, os ganenses e nigerianos têm usado sabão preto para ajudar a aliviar a oleosidade da pele, a psoríase, a acne, as manchas claras e vários outros problemas de pele.
As mulheres africanas usam-no durante a gravidez, para mantê-las sem estrias.
Sua utilização dentro do Culto Tradicional Yorubá:
Banhos de limpeza espiritual, Afoxé (encantamento usado em um chifre), bem como no preparo de outras Oògùn  (medicina/remédio/magia).
As magias serão preparadas da seguinte forma:
Através de uma consulta a Ifá, o Sacerdote irá identificar as causas do transtorno, e sobre ela irá intervir com tratamentos que irão atuar a nível espiritual e/ou biológico. Após identificar quais elementos utilizar, como: ervas e/ou plantas específicas; cascas, rezina ou favas de árvores; Minerais; Fósseis, Pele e Sangue de animais; entre outros… Ele irá misturá-los a massa base do sabão e fará, então, um encantamento, utilizando palavras mágicas que darão poder ao sabão (Ofó), transformando-o assim num elemento mítico, com poderes de cura.

RECEITA PARA FAZER SABÃO DA COSTA;
Segue a receita do sabão da costa:Vc irá precisar de muita cinza, sebo de vaca (mais velho é o ideal) e de um barrelheiro (é um balaio de bambu, com o fundo tendo vários furos que por onde a água irá escoar. Se não tiver, um balde também serve, mas furado no fundo)A primeira etapa consiste em colocar folhas de bananeira no fundo e nas laterais do barrelheiro ou balde para que a água escoe devagar.Misturar dentro dele a cinza com um pouco de água e vai socando(não deixe virar barro).Faça o formato de uma panela na cinza socada.A moldura no balde deve ser de espessura bem grossa (a espessura do fundo do balde deve ser de um palmo, nos lados não precisa).Assim que moldar um buraco com essa mistura no balde, coloque ele em um estaleiro ou apoiado em um lugar alto e coloque uma vasilha embaixo do buraco. Agora vai despejando água na mistura feita de cinza.Repare que a água será filtrada pela cinza e irá cair dentro do balde que está por baixo. Esta água terá coloração cinza, turva. Vai despejando água. No momento que perceber que a tonalidade da água passou de cinza para quase transparente, que é tonagem natural da água, pare de adicionar água. Vc tem agora uma mistura de água +cinza, que na zona rural se chama de "decoada" ou "água decoada".Detalhe importante: a moldura que se fez com a água e cinzas o cada não pode ficar seco, à medida que for acabando a água lá dentro, vá adicionando mais, até chegar no ponto de transparente da água. Ai pode parar. Esta moldura só se usa uma vez, para mais sabão, tudo de novo.Não esquente que depois de seco, em alguns casos, a moldura fica dura igual pedra, só vai sair de lá quebrada.Bom, a próxima etapa será colocar um pouco desta água decoada para cozinhar junto com o sebo. A medida que for secando vá colocando mais decoada. Isso até dar o ponto. A decoada que corta a gordura do sebo para se chegar no ponto do sabão.Outras pessoas preferem colocar o sebo para cozinhar, até desmanchar, (se encontrar alguns ossinhos retire-os) ao desmanchar por completo, coloque água filtrada do barreleiro (a década). Vá colocando aos poucos, a medida que for secando vá colocando isso até dar o ponto. Eu, particularmente uso o primeiro método pois já vai cozinhando tudo junto.Quando a mistura começar a engrossar, estará perto do ponto.Para observar se está no ponto: pinga umas gotas dessa mistura (sebo +água decoada) em uma vasilha com água e bata, vai produzir uma espuma,encoste esta espuma e observe se a água está amarelada, caso esteja o sabão já está pronto, e se a água ficar branca continue com a mistura no fogo e coloque mais decoada para quebrar a gordura. E teste novamente.
Se passar por este teste, pegue uma bolinha e aperte nos dedos (devagar) se tiver seco (sem grudar nos dedos) está bom.Na hora que está quase perto do ponto é que eu adiciono as ervas.Se já estiver próximo do ponto, e a água decoada terminar, pode-se utilizar água normal mesmo. Eu aproveito para quando se está próximo do ponto, pegar as ervas masseradas e vou colocando aos poucos,primeiro as ervas, bem massareadas e em pedaços pequenos, depois a água que continha elas, aos poucos. Assim aproveito tudo.Depois que atingiu o ponto, e só ir pegando e fazendo as bolas ou despeje em um tabuleiro, deixe esfriar e corte em formato de sabão mesmo.Observações e relembrando algumas dicas:não utilizamos nada de soda, apenas sebo de vaca.2k de sebo de vaca rende + ou - umas 10 bolas (mais ou menos do tamanho de uma bola de tenis). O ideal é sebo, se estiver novo,coloque no sol para ele curtir um pouco. Tem gente que já vi fazendo com gordura que sobra da cozinha. Não sei se fica legal, é um teste a ser feito.Gasta-se muita cinza e muita água decoada e, não esqueça, que a água quando filtrada, sai turfa;A moldura no balde deve ser de espessura bem grossa (a espessura do fundo do balde deve ser de um palmo, nos lados não precisa);O processo pode ser lento ou rápido (ou seja pode seguir o> > processo da fervura, parar e continuar no outro dia – não precisa ser feito no mesmo dia). Não tenha pressa pois é um processo lento de fabricação. Se fizer a prestação e gastar uns 3-4 dias para fazer é normal

Ò dábò!

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Babalorixa Ricardo de Laalu.
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