sexta-feira, 25 de setembro de 2020

O SIGNIFICADO DAS CADEIRAS E TRONOS, DENTRO DO CANDOMBLÉ!


 "O trono ou a cadeira do Sacerdote (que se confunde com a cadeira de seu Orixá), é símbolo máximo de poder no Candomblé.

Mais que isso, símbolo sagrado, diante do qual os filhos se prostram, em cumprimento e respeito. Um Pai ou Mãe-de-santo, quando é confirmado no cargo, é sentado na cadeira, como os reis e rainhas.

 A cadeira é o trono do terreiro, de onde a Mãe ou o Pai-de-santo governam com poderes absolutos. Depois da cadeira da Yalorixá, existe as cadeiras dos Oloiês, os Egbomis

(Iniciado senios) que têm cargo no terreiro.

A confirmação de qualquer um desses cargos se faz numa cerimônia pública em que o novo Oloiê é sentado em sua cadeira, sob aplausos dos presentes. Assim, sentam-se os Ogãs, as Ekedis e outras autoridades.

 É frequente, no caso de cargos de não-rodantes, o novo dono de cadeira ser conduzido à esta pelo Orixá (incorporado em transe) a quem ele deve servir. Quando alguém vai ser confirmado num cargo, faz parte do enxoval, uma cadeira, na qual terá o direito de sempre se sentar no barracão.

 Não é incomum ganhar a cadeira de presente de amigos e irmãos-de-santo.

A cadeira de cada um, é individual em tudo, de modo que nos terreiros pode coexistir uma profusão de cadeiras de todas as formas, materiais e acabamentos. Como o espaço do Barracão é essencial para as danças, muitos terreiros preferem recolher as cadeiras de cargo e manter apenas algumas delas, para que os Egbomis possam se sentar.

 Somente o Babaloriri/Yalorixa e seus auxiliares de grau Sênior têm cadeira e podem se sentar. Os yawós (juniores) e os abiãs (aspirantes), sentam-se no chão ou em esteiras. Sentar-se em cadeira é sinal de hierarquia, alta dignidade, obrigações cumpridas.

 Os Orixás de Egbomis também se sentam em cadeiras, mas os Orixás dos que estão nos pontos iniciais da carreira sacerdotal sentam-se em banquinhos. A cadeira marca a diferença de tempo de iniciação, de tempo de santo, tanto para os humanos quanto para os deuses.

 Esse costume vem da África, onde somente os reis e membros da alta corte podiam se sentar em cadeiras e bancos. O assento do rei deveria ser mais alto do que os dos demais, como se observa até hoje no Candomblé.

Mas seu uso é mais generalizado, podendo ser observado como prática que vai desde os povos mais antigos até, instituições do mundo ocidental moderno.

 O professor da antiga Universidade dispunha de sua cadeira, sua cátedra, em latim, daí o nome de professor catedrático, o dono da cátedra. Da cátedra ele ditava sua sabedoria, daí se dizer que “falava de cátedra, de cadeira". Até hoje se conserva esse costume com relação ao Papa: diz-se que o Papa fala de cátedra, da cátedra de São Pedro, e portanto o que ele diz e escreve é verdade que não pode ser contestada.

 Com a morte desses donos do poder, abre-se a disputa pela cadeira, o cargo deve ser preenchido. Cada instituição tem seu modo próprio de fazer a sucessão. No Candomblé, diz que quem escolhe o novo chefe do terreiro é o Orixá dono da casa, mas há diversas tradições, inclusive entre os terreiros mais antigos. Com a cadeira principal vaga, abre-se quase sempre uma guerra sucessória.

Na sucessão, é importante o critério de senioridade dos candidatos, seu grau iniciático, seu nível de conhecimento sacerdotal. Mas isso não é suficiente.

O resultado da escolha depende da tradição sucessória da casa, do jogo político das facções, de pessoas e grupos que pleiteiam o trono da Yalorixá/Babalorixa, da situação jurídica do terreiro, da sucessão civil sobre o espólio material, isto é, a propriedade imobiliária do terreiro, da posição assumida por possíveis herdeiros legais, que podem fazer parte ou não do grupo de culto etc.

Tem sido assim desde que o Candomblé é Candomblé. Em alguns terreiros, a sucessão se faz preferencialmente em linha familiar de sangue. Em outros, a nova Mãe ou novo Pai-de-santo é escolhido entre membros da alta hierarquia da casa, independente de laços de sangue.

Escolhido o sucessor ou sucessora que guiará os destinos do terreiro, deve-se providenciar imediatamente, uma cadeira nova em que se sentará o novo titular do posto mais alto da casa.

A cadeira do falecido será guardada em ambiente sagrado para reverências eventuais, ou recolhida ao museu da casa, onde poderá ser apreciada pelos curiosos e interessados, como ocorre no Axé Opô Afonjá de Salvador e em outras casas tradicionais. Rei morto, rei posto. Uma nova cadeira será o centro do novo poder."

 Fonte: Júlio Braga e Reginaldo Prandi.


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