quinta-feira, 24 de maio de 2012

OBALUAIE


Obaluaye em iorubá Obaluàyé é traduzido por (rei e senhor da terra), Oba (rei) aiyê (terra), Obaluaiyê, Obaluaê, Xapanã, Omolu, são alguns dos nomes como é conhecido esse Orixá africano. Os orixás Nanã (cujo emblema é o Ibiri) e seus filhos Obaluaiyê (cujo emblema é o Xaxará) e Oxumaré (cujo emblema é uma cobra) pertencem ao Panteão da Terra. Obaluaye é identificado no jogo do merindilogun pelos odu Irosun, Ossá, Êjilobon e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba obaluaye.
  Nomes: Obàluáyê "Rei senhor da Terra", Omolu "Filho do Senhor", Sakpata "Dono da Terra" são os nomes dados a Sànpònná (um título ligado a grande calor o sol - também é conhecido como (Babá Igbona = pai da quentura) deus da varíola e das doenças contagiosas, é ligado simbolicamente ao mundo dos mortos. Outra corrente os define como: Obàluáyê: Obá - ilu; aiye; Rei, dono, senhor; da vida; na terra; Omolu; Omo-ilu; Rei, dono, senhor; da vida.


Dança: Sua dança o Opanijé (cuja tradução é: ele mata qualquer um e come), dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre
. Emblemas: Tem como emblema o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação a terra. Na Nigéria os Owo Érindínlogun adoram Obàluáyê e usam, no punho esquerdo, uma tira de Igbosu (pano africano) onde são costurados cauris esó (búzios).
Vestimenta: A vestimenta é feita de ìko, é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a palha da costa , elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto. É composta de duas partes o "Filá" e o "Azé", a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha-da-costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado "cauçulú", em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte. A palha da costa é mais encontrada no norte do Brasil.
Festa:
Comidas do Olubajé,no candomblé. A festa anual é o Olubajé (Comida do rei senhor). São feitas e destribuídas no mínimo nove iguarias da culinária afro brasileira (comida ritual), seus "filhos" devidamente "incorporados" e paramentados oferecem aos convidados e assistentes, em folhas de mamona ilará ou bananeira (aguede), no sentido de prolongar a vida e trazer saúde . Tido como filho de Nanã, no Brasil, sua origem, forma, nome e culto na África é bastante variado, de acordo com a região, essa variação de nomes é de conformidade com a região, Obàluáyê/Xapanã em Tapá (nupê) chegando ao território Mahi ao norte do Daomé; Sapata é sua versão fon, trazido pelos nagôs na cidade de Savalu, Benin. Em alguns lugares se misturam, em outros são deuses distintos, confundido até com Nànà Buruku; Omolu em ketu e Abeokuta. Seu parentesco com Oxumare e Iroko é observado em Ketu (vindo de Aise segundo uns e Adja Popo segundo outros), onde pode se ver uma lança (oko Omolu) cravada na terra, esculpida em madeira onde figuram esses três personagens superpostas, também em Fita próximo de Pahougnan, território Mahi, onde o rei Oba Sereju, recebera o fetiche Moru, três fetiches ao mesmo tempo Moru (Omolu), Dan (Oxumare) e seu filho Loko (Iroko).
 No Brasil é conhecido como Obaluaiyê no Candomblé, como Obaluaê na Umbanda, como Xapanã no Batuque e como Obaluaiê no Xambá. Seus filhos são sérios, calados, as vezes alegres e ingênuos demais, porém são observadores e espertos. Também seus filhos tem muitos problemas de saúde.
Arquétipo: Seus filhos parecem ter mais idade do que realmente têm por conta da entidade ser mais velha e agem como se tivessem idade avançada. Seus filhos são doces, mas reclamões, rabugentos, um tanto mal-humorados. Quando querem, fazem e ajudam a todos sem exceção. Sofrem com muitos problemas de saúde que se arrastam por anos, geralmente desde criança ou desde o nascimento. São fiéis, dedicados e amigos de verdade. Podem ter premonições e seus filhos tem um pensamento de pessoas maduras, o que os ajuda a não agirem como crianças, ou serem irresponsáveis. Gostam da ordem e disciplina. Não são pessoas de levar desaforos para casa e nem de falar pelas costas.Odeiam fofocas e vulgaridades do gênero.Os filhos de Obaluayê são irônicos, secos e diretos. Os descendentes desse orixá são muito independentes e têm a necessidade de crescer com suas próprias forças e recursos.Muitas dessas pessoas, devido à influência do seu orixá, que comanda os eguns, podem ter experiências sobrenaturais, como visões, sonhos, etc.


Ṣaṣara ọwọ – O Cetro de Ṣopọnnà        
Wárin Warifun Ṣaṣara Ile wò Olorinjena wò
“Homenagear um Rei Superior, o Ṣaṣara na casa cuida de um doente e previne as enfermidades Senhor de Ijena a cidade mítica de Ṣopọnnà”

O emblema ritualístico mais importante do Culto à Ọbalùàiyé é denominado de Ṣaṣara ọwọ. Trata-se de um atado de nervuras de folhas da palmeira; revestidos de tecidos e palha da costa; ornamentados com uma grande quantidade de búzios, ostentando opulência e as mais diversas contas; onde dentro deste acomoda-se um de seus maiores enigmas, o segredo da vida e da morte, a cura ou a proliferação das doenças, sobretudo as que alteram a temperatura corporal do enfermo.

Os feixes dentro do corpo do Ṣaṣara representam coletivamente os ancestrais, os mortos contidos na terra. Devem ser confeccionados sob os cuidados do Sumo Sacerdote do culto, denominado de Asogba, pois ele está altamente qualificado e preparado para manipular representações tão poderosas.

Tem a finalidade de controlar os Espíritos da Terra para o seu espaço sagrado, eliminar as energias negativas da comunidade, sobretudo as doenças, proporcionando a longevidade. Nele esta o segredo da vida e da morte, a cura ou a proliferação das doenças, sobretudo as que alteram a temperatura corporal do enfermo. Quando as doenças são liberadas do, este tem como desígnios divinos ou punição de uma comunidade no intuito de uma renovação de vida.
Em algumas linhagens o Ṣaṣara de Ọmọlu se diferencia ao utilizado por Ọbalùàiyé do qual contém um detalhe a mais, a ponta de uma lança em sua extremidade e suas cores são características, o preto e o branco.
O Ṣaṣara que não tenha sido preparado adequadamente, através das cerimônias de consagração, não passa de um simples ornamento e longe de ser um “objeto sagrado”. Podemos claramente observar belíssimas obras de artes, nas mais variadas Casas de Artigos Religiosos. Exemplares esplendidos por fora, porém “ocos de sagrado” por dentro.

Wárin WarifunSasara Ile wò
Olorinjena wòWárin WarifunSasara Ile wòOlorinjena wò

“Homenagear um Rei ou Superioro Sasara na casa cuida de um doente”
Folhas mais usadas para Obaluaiyê: Ewé ìgbolé, Ewê réré, Atorinã, Ewê lará, Ewê odã, Afon, Tamandê,  Zínia, folhas de laranja lima, folhas de milho, barba de velho, vassoura preta, velame, sete sangrias, sabugueiro, musgo, manjerona, mamona, espinheira santa, carobinha do campo, assa peixe. 

 Qualidades (epítetos) de òbàlùàyè:
Afenan: É velho, dança curvado, veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as doenças. Veste amarelo e preto. Todas as plantas trepadeiras pertencem-lhe. Tem caminhos com Oxumarê e Oyá, de quem é companheiro, dança cavando a terra com Intoto para depositar os corpos que lhe pertencem.

Afoman, Akavan ou Kavungo: (ligação com Exu) afomo; contagiante, infeccioso.
Ahosuji ou Segí (Ligação com Yemanjá, Oxumarê ou Bessen):
Ajunsun: É extrovertido; tem fundamentos com Ogum e Oxalá.
 Arawe ou Arapaná (ligação com Oyá):
Arinwarun (wariwaru): Título de Xapanan.
Avimaje ou Ajiuziun (ligação com Nana, Ossain):
 Azoani: É jovem, veste preto e branco. Tem caminhos com Iroko, Oxumarê, Yemanjá e Oyá. Come tatu na praia.
Azunsun, Azonsu, Ajansu ou Ajunsu: É ligado ao tempo, as estações do ano e ao culto da terra. É o verdadeiro dono do cuscuzeiro. Possui ligação com Oxalá e Oxumarê. Seu assentamento é feito no barro vermelho, leva 9 olhos de boi, duas muletas pequenas de cedro, suas lanças são sete sendo uma maior que as outras, no meio leva uma bandeira de aço e na outra um tridente. Veste vermelho, preto e branco, na perna esquerda leva uma pulseira de aço.
 Intoto: Suas contas são vermelho e preto. É um orixá cultuado em seu assentamento e não vira na cabeça de ninguém. Antigamente recebia sacrifícios humanos por se tratar de um orixá antropófago, come a carne e destrói os ossos. 
 Jagun ou Ajagun: Em seu assentamento leva uma estatuazinha com olhos; tem dois kelês, um de búzios e outro de miçangas. Tem caminhos com Oxalá. É jovem e guerreiro; leva na mão uma lança chamada okó; tem caminhos com Ogunjá, Oxaguian, Ayrá, Exu e Oxalufan. 
 Agbagba: (ligação com Oyá)
 Possun ou Posuru: É o mesmo Azunsun do Gege, louvado como Possun no ketu e na angola, tanto é Iroko como Tempo. Come diretamente da terra. Sua dança mostra claramente sua ligação discreta com Exu e com a terra, dança com garras na mão. Seu assentamento leva uma bola de tabatinga que representa o mundo, e põe-se as garras. Come cágado e tatu. Tem caminhos com Intoto, Iroko e Oyá.
Apona, Soponna, Sapata ou Sakpatá: É o mais antigo; é proibido falar seu nome. Na África quando se fala seu nome, coloca-se mel na boca. Come com Exu e tem fundamento nas encruzilhadas. Tem caminhos com Oxossi e é o deus da varíola e das doenças de pele. Usa contas brancas e pretas; em sua feitura são feitas sete qualidades de comidas, colocadas na folha de mamona e levadas com uma vela para o campo.Leva dois kelês, um no pescoço e um na perna esquerda (duas argolas de aço). No dia do recolhimento leva-se o Iyàwó na porta do cemitério para Ebó. É preparado no barro vermelho.
 Savalu ou Sapekó (ligação com Nana):
Tetu ou Etetu: É jovem e guerreiro. Come com Ogum e Oyá. Veste branco, preto e vermelho. Seu caqueiro é tampado e não se abre nunca.



  Lendas (Itãns):
-Por causa do feitiço usado por Nanã para engravidar, Omolu nasceu todo deformado. Desgostosa com o aspecto do filho, Nanã abandonou-o na beira da praia,para que o mar o levasse. Um grande caranguejo encontrou o bebê e atacou-o com as pinças, tirando pedaços da sua carne. Quando Omolu estava todo ferido e quase morrendo, Iemanjá saiu do mar e o encontrou. Penalizada, acomodou-o numa gruta e passou a cuidar dele, fazendo curativos com folhas de bananeira e alimentando-o com pipoca sem sal nem gordura até que o bebê se recuperou. Então Iemanjá criou-o como se fosse seu filho
  -Olodumare, um dia decidiu distribuir seus bens: Disse aos seus filhos que se reunissem e que eles mesmos repartissem entre si as riquezas do mundo. Ogum, Exu, Orixá Ocô, Xangô, Xapanã e os outros orixás deveriam dividir os poderes e mistérios sobre as coisas na Terra. Num dia em que Xapanã estava ausente, os demais se reuniram e fizeram a partilha, dividindo todos os poderes entre eles, não deixando nada de valor pra Xapanâ. Um ficou com o trovão, o outro recebeu as matas, outro quis os metais, outro ganhou o mar. Escolheram o ouro, o raio, o arco-íris; levaram a chuva, os campos cultivados, os rios. Tudo foi distribuído entre eles, cada coisa com seus segredos, cada riqueza com o seu mistério. A única coisa que sobrou sem dono, desprezada, foi a peste. Ao voltar, nada encontrou Xapanã para si, a não ser a peste, que ninguém quisera. Xapanã guardou a peste para si, mas não se conformou com o golpe dos irmãos. Foi procurar Orunmilá, que lhe ensinou a fazer sacrifícios, para que seu enjeitado poder fosse maior que o do outros. Xapanã fez sacrifícios e aguardou. Um dia, uma doença muito contagiosa começou a espalhar-se pelo mundo. Era a varíola. O povo, desesperado, fazia sacrifícios para todos o orixás, mas nenhum deles podia ajudar. A varíola não poupava ninguém, era uma mortandade. Cidades, vilas e povoados ficavam vazios, já não havia espaço nos cemitérios para tantos mortos. O povo foi consultar Orunmilá para saber o que fazer. Ele explicou que a epidemia acontecia porque Xapanã estava revoltado, por ter sido passado para trás pelos irmãos. Orunmilá mandou fazer oferendas para Xapanã. Só Xapanã poderia ajudá-los a conter a varíola, pois só ele tinha o poder sobre as pestes, só ele sabia os segredos das doenças. Tinha sido essa sua única herança. Todos pediram proteção a Xapanã e sacrifícios foram realizados em sua homenagem. A epidemia foi vencida. Xapanã então era respeitado por todos. Seu poder era infinito, o maior de todos os poderes. -Houve uma festa e todos os Orixás estavam presentes. Menos Omolu que ficara do lado de fora. Ogum pergunta por que o irmão não vem e Nanã responde que é por vergonha de suas feridas causadas pelas doenças. Ogum resolve ajudá-lo e o leva até a floresta onde tece para ele uma roupa de palha que lhe cobre o corpo todo. O filá! Mas a ajuda não dá muito certo, pois muitos viram o que Ogum fizera e continuavam a ter nojo de dançar com o jovem Orixá, menos Iansã, altiva e corajosa, dança com ele e com eles o vento de Iansã que levanta a palha e para espanto de todos, revela um homem lindo, sem defeito algum. Todos os Orixás presentes, ficam estupefatos com aquela beleza, principalmente Oxum,que se enche de inveja, mas agora é tarde, Omolu, não quer mais dançar com ninguém. Em recompensa pelo gesto de Iansã, Omolu dá a ela o poder de também reinar sobre os mortos. Mas daquele dia em diante, Omolu declara que dança sozinho doravante!
Ervas: Monam Parietária = brotozinho, Bala = Taioba, Jamim = Cajá, Aferé = Mutamba, Obó = Rama de leite, Exibatá = Ovo redondo de monãn, Jakomijé =Jarrinha, Afoxian = Erva de passarinho, Já = Capeba, Turin = Folha de neve branca, Pekulé = Mariazinha, Tolu-tolu = Papinho de peru.

  Oríkì Obaluayê -
 Orìsà Jìngbìnì;
 Orixá forte Abàtà,
Arú Bí Ewè Ajó;
 Abatá que floresce exuberante como as folhas da árvore ajó
 Orisá Tí Nmú Omo Mú Ìyá;
 Orixá que pune a mãe juntamente com o filho
 Bí Obaluayê Bá Mú Won Tún;
 Depois que Obaluaê acabar de castigá-los
 O Tún Lè Sáré Lo Bábá;
 Ainda poderá castigar o pai Orìsà Bí Àjé;
 Orixá semelhante a uma feiticeira
 Obaluayê mo Ilé Osó, Ó Mo Ilé Àjé;
 Obaluaê conhece tanto a casa do feiticeiro como a da bruxa
 O Gbá Osó L'Ójú;
 Desafiou o feiticeiro
 Osó Kún Fínrínfínrín;
E este correu desesperado
 O Pa Àjé Ku Ìkan Soso;
 Matou todas as bruxas permitindo que apenas uma vivesse
 Orìsà Jìngbìnì;
 Orixá forte
 Obaluayê A Mú Ni Toùn Toùn;
 Obaluaê, que faz as pessoas perderem a voz
 Obaluayê SSí Odù Re Hàn Mí;
 Obaluaê, abra seu odu para mim
 Kí Ndi Olówó;
 Para que eu seja uma pessoa próspera
 Kí Ndi Olomo;
 Para que eu seja uma pessoa fértil.
Asé.

Adura:
Omolú ìgbóná ìgbóná zue
Omolú ìgbóná ìgbóná zue
Eko omo vodun maceto
Eko omo vodun na je
Ìjòni le o Nàná
Ìjòni le o Nàná ki mayò
Nàná ki mayò ki n a lode
Fèlèfèlè mi igba nlo, ajunsun wale
Meré-meré e no ile isin
Meré-meré e no ile isin
E n sinbe meré-meré osú láyò
E n sinbe meré-meré osú láyò
Oba alá tun zue obi osùn
Oba alá tun zue obi osùn
Iya lóni
Otù, àkóba, bi ìyá,
húkó, káká, beto
Otun zue, obi, osùn
Bara ale so ran ale so ran
Bara otun zue obi osùn
Omolú, Senhor da Quentura
Sempre febril produz saúde
Educa o filho Vodun Maceto
Vodun educa o filho castigando
Nàná ele é capaz de provocar queimaduras
Ele é capaz de provocar queimaduras
Nana ele se enche de alegria do lado de fora
És capaz de fazer definhar em vida,
Ajunsun, até secar
Habilmente ele enche a nossa casa de escravos
Habilmente ele enche a nossa casa de escravos
Primeiramente o erguemos habilmente osú que cobre a terra
Primeiramente o erguemos habilmente osú que cobre a terra
Rei que nasceu como o sol, Pai do Vermelho
Rei que nasceu como o sol, Pai do Vermelho
Neste dia
Doença, infelicidade, sofrimento
tosse, dificuldades, aflição
Suplico-lhe diariamente, Pai do Vermelho
Rei do corpo suplico-lhe rastejando
Rei do corpo suplico-lhe diretamente, 
Pai do vermelho



Ò dábò!

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Babalorixa Ricardo de Laalu.
F:055-11-96787.9019 - Whattsapp
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Skype: Ricardo de Laalu

domingo, 20 de maio de 2012

ORI


Ori é um importante conceito metafísico espiritual e mitológico para os Yorubás, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ossá e representado materialmente pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado Igba Ori. Cada igba ori é uma representação material e imaterial de um individuo, captando constantemente energias oriundo da natureza para equilibrar a mente do seu adeptos e crentes. É considerado o primeiro orixá da existência (a essência real do ser). Deve ser assentado e louvado antes de qualquer outro Orixá depois de exu no ritual de Bori/Ebóori, pois só ori permite a compreensão e o transe.
O assentamentos de ori são sempre visto em recipientes de: Porcelana (Variedade de cerâmica dura, branca e translúcida), usado principalmente por iniciantes na feitura de santo. Vaso de cristal (Vidro muito límpido e puro), usado por Babalorixás, Iyalorixás e pessoas de cargo. Dentro dos recipientes são colocados apetrechos e fetiches inerente a cada Ori (Yoruba), e búzios. Na preparação de qualquer assentamento de orixá os rituais da sasanha, folha sagrada e água sagrada são imprescindíveis. Ori, palavra da língua yoruba que significa literalmente cabeça, refere-se a uma intuição espiritual e destino. Ori é o Orixá pessoal, em toda a sua força e grandeza. Ori é o primeiro Orixá a ser louvado, representação particular da existência individualizada (a essência real do ser). É aquele que guia, acompanha e ajuda a pessoa desde antes do nascimento, durante toda vida e após a morte, referenciando sua caminhada e a assistindo no cumprimento de seu destino. Ori em yoruba tem muitos significados - o sentido literal é cabeça física, símbolo da cabeça interior (Ori Inu). Espiritualmente, a cabeça como o ponto mais alto (ou superior) do corpo humano representa o Ori, não existe um Orixá que apóie mais o homem do que o seu próprio Ori. Enquanto Orixá pessoal de cada ser humano, com certeza ele está mais interessado na realização e na felicidade de cada homem do que qualquer outro Orixá. Da mesma forma, mais do que qualquer um, ele conhece as necessidades de cada homem em sua caminhada pela vida e, nos acertos e desacertos de cada um, tem os recursos adequados e todos os indicadores que permitem a reorganização dos sistemas pessoais referentes a cada ser humano. Ijalá é responsável pela modelação da cabeça humana, e acredita-se que o Ori e o Odu - signo regente de seu destino que escolhemos, determina nossa fortuna ou atribulações na vida. O trabalho árduo trará, ao homem afortunado em sua escolha, excelentes resultados, já que nada é necessário despender para reparar a própria cabeça. Assim, para usufruir o sucesso potencial que a escolha de um bom Ori acarreta, o homem deve trabalhar arduamente. Aqueles, entretanto que escolheram um mau Ori têm poucas esperanças de progresso, ainda que passem o tempo todo se esforçando. O Ori, entidade parcialmente independente, considerado uma divindade em si próprio, é cultuado entre outras divindades, recebendo oferendas Ebori, e orações, Ori é o protetor do homem antes das divindades.




Concepção de Orí :

Cabeça no sentido literal da palavra. Mas, Orí no conceito yorùbá tem outras conotações além da simples cabeça física. Pois, para os Yorùbá existe o ORÍ-INÚ – a cabeça interior. Este Orí-inú é aquele que foi moldado por Àjàlá (o Oleiro fazedor de cabeças, descrito na lenda do Orí e a escolha do destino do homem). 

  ORÍ: - A fisiologia divina Orí então descerá e ocupará o seu lugar no Orí do corpo criado, através da chamada "moleira", abertura no crânio do bebê q irá se fechando conforme se desenvolve ao longo dos anos, onde se dá a "armadilha para Orí", uma vez encerrado lá Orí somente voltará a se libertar do corpo na última expiração, pela boca. A princípio Orí assentar-se-á no cérebro (opolo) daquele corpo, onde comandará Orí Òde (cabeça externa). ORÍ ÒDE - a cabeça externa caracteriza-se pela cabeça física (crânio, cérebro, sistema nervoso central, olhos, ouvidos, etc) e também pela personalidade e intelecto q resultará da interação daquele corpo com Orí Inú (cabeça interna), a cultura local onde se desenvolverá o indivíduo, e o aprendizado q receberá desde o seu nascimento. Ou seja, Orí òde é, além da cabeça física, a nossa pessoa como nós a conhecemos e como os outros a conhecem. É o mecanismo criado por Orí innú para lidar com o mundo exterior. Orí Òde é o nosso "eu exterior". ORÍ INÚ - a cabeça interna, é a nossa personalidade divina, ou nosso "eu verdadeiro", ou nosso "eu supremo ou superior". Em resumo, nossa alma. Abaixo de Orí inú reside Elénìnìí (o opositor de Orí), no cerebelo (ipakó), responsável pelo esquecimento de Orí de sua missao, aquele q o vem atrapalhar a realizar, cumprir sua missao para com Olórúm e a Criaçao, conforme descrito no Itan do Odú Irosún Méjì

Este, constitui o último nó para a transcendência de Orí innú, e o cumprimento de sua missao original. Ainda existe Ipín jeun - o estômago, e obo ati oko - os órgaos sexuais, q são os outros nós q Orí innú deve superar: medo, desejo, ambiçao, vaidade, ciúme, ira, egoísmo, etc. Orín inú ainda se divide em: Orí aperé: o caminho predestinado, fenômeno narrado acima. O destino do indivíduo vem escrito em sua cabeça. "sua cabeça, sua sentença!" Aparí innú: o caráter (ìwà), a personalidade divina. Q é a essência de Orí innú, a alma, e sua missao original. É através do desenvolvimento de Ìwà Pèlé (caráter reto, honesto, puro, bom) q Orí chegará à sua transcendência última! Enfim, como descreve o Odú Ogbè-Ègùndá: "Ìwà nikàn l´ó sòro o" " Caráter é tudo o que se precisa". Ìwà Pèlé (caráter reto) é o que conduzirá Orí innú até o Òrun rere (plano espiritual dos Orixás), em caráter definitivo. Assim sabemos que nossa divindade pessoal é Orí innú ( cabeça interna-alma), responsável pelo nosso destino e felicidade. Q o nosso Orixá (orí- o primeiro) é o tutor espiritual de nosso Orí innú, mas q só poderá ajudar-nos se Orí o permitir. Q em nosso Orí innú reside o nosso Odú (destino) e somente através de Orí e Odú podemos transmutar o nosso destino, e assegurar o cumprimento da missao confiada por Olódùmarè. Q devemos nos resguardar de Elénìnìí, o inimigo de nossa missao e alma, aquele q pode nos trazer sofrimentos. E q nossa verdadeira essência, q devemos buscar, reside em Orí innú (cabeça interna-alma) e não em nosso Orí òde (cabeça externa-personalidade) q é tao somente o veículo de Orí innú aqui no Aiyé. E, o mais importante: a missao maior de Orí innú, à qual cabe ao nosso Orixá ajudar-nos, é o desenvolvimento de Ìwà Pèlé (caráter reto, bom), nosso passaporte para o encontro definitivo com Olórun!
Há outra entidade que existe com Ori. Quando Ori anda conosco pelo mundo há Enikeji, nosso gêmeo espiritual, que se mantém em espírito para nos lembrar do nosso destino escolhido no Ilé Orun.Quando formos para casa, pois o mundo é o mercado, Orun é nossa casa,haverá uma reconexão com Enikeji para ver se alcançamos nosso destino.Todos os Oris vem de Eledá Olorun. Todos os Oris daquele que da á vida(Olorun).
O mais alto lugar, a posição de autoridade em Ifé, chamada Apere se tornou o trono de Ori.
Ori foi mais adiante para provar sua superioridade sobre Orisanlá dando a ele um lugar permanente chamado Oke Alamoleke em Ode Iranjé, e uma função especifica em Ajalamo, ambos sobre o controle de Ori.
Ajalamo é um lugar muito interessante em Ifé, e´um lugar que o espírito vai para escolher seu Ori. E a pessoa designada a este lugar é chamada de Ajalamopin, o moldador de Ori, e Orisanlá cuida de moldar os corpos.
Há outro lugar em Ajalamo que não é mencionado, conhecido pelo nome de Kori, o moldador dos Espíritos de crianças.
Ori é aquele com asé que nos faz tê-lo.
É tão poderoso que até Ifá tem que se submeter a sua vontade.




O Jogo divinatório de IFÁ possibilita que a pessoa tome conhecimento dos desígnios do próprio ORI, saiba a respeito do ORISA ou IRUNMALE que deve ser cultuado e conheça seus EWO - proibições quanto ao consumo de alimentos, uso de cores e condutas morais.
Muitas referências são feitas às relações entre ORI e o destino pessoal. O destino descrito como IPIN ORI - a sina do ORI - pode ser dividido em três partes: AKUNLEYAN, AKUNLEGBA E AYANMO. 
AKUNLEYAN é o pedido que você fez no domínio de IJALA - o que você gostaria especificamente durante seu período de vida na terra: o número de anos que você desejaria passar na terra, os tipos de sucesso que você espera obter, os tipos de parentes que você deseja. 
AKUNLEGBA são aquelas coisas dadas a um indivíduo para ajudá-lo a realizar esses desejos. Por exemplo: uma criança que deseja morrer na infância pode nascer durante uma epidemia para garantir a morte dele ou dela. 
AYANMO é aquela parte do nosso destino que não pode ser mudada: nosso gênero (sexo) ou a família em que nascemos, por exemplo. 
Ambos, AKUNLEYAN e AKUNLEGBA podem ser alterados ou modificados quer para bom ou para mau, dependendo das circunstâncias. 
Assim o destino descrito como IPIN ORI - a sina do ORI pode sofrer alterações em decorrência da ação de pessoas más chamadas como ARAYE - filhos do mundo, também chamadas AIYE - o mundo ou ainda, ELENINI - implacáveis (amargos, sádicos, inexoráveis) inimigos das pessoas.


 O conceito de Ifá acerca da psicologia.
Talvez a mais acessível manifestação dos Odu é através do portal da consciência individual. Ifá ensina que Odu representa os padrões de energia que criam consciência. Eles são análogos ao que Carl Jung chamou arquétipos da consciência coletiva. Jung acreditava que existe um conjunto de padrões primordiais que formam a essência da auto-percepção e põe o eu em ralação ao mundo. De acordo com Jung, estes padrões permanecem abstratos até o inconsciente lega-los um contexto cultural e pessoal. Tanto na psicologia Junguiana quanto no conceito de Ifá da consciência, Odu (arquétipos) podem ser revelados através dos sonhos, onde eles tomam qualidades pessoais e se manifestam como um drama mítico. Pela compreensão desta manifestação particular do Odu, Ifá ensina que é possível criar equilíbrio interno que é o alicerce para viver em harmonia com a Natureza.
A psicologia em Ifá é ligada ao conceito de orí. A tradução literal dessa palavra é “cabeça”. Esta é uma definição limitada por que orí também sugere consciência e a cosmologia de Ifá ensina que todas as Forças na Natureza possuem orí ou consciência. Devido Ifá crer em reencarnação, todo orí forma uma polaridade com o iporí. O iporí é a consciência eterna que existe no Orun (Céu). É o iporí que forma elo entre vida passada e futura. As escrituras de Ifá descrevem o iporí como um duplo perfeito do orí. De acordo com a cosmologia de Ifá, todo orí faz um pacto com Olorun antes de cada encarnação. Este acordo esboça o tipo de vida que será vivida e as lições que serão aprendidas em um dado curso de vida. No momento do nascimento o conteúdo deste acordo é perdido para a mente consciente. Parte do processo de estabelecimento do equilíbrio interno é visto como a tarefa de relembrar o pacto original entre orí e Olorun.
Este pacto é a fonte do destino pessoal. Devido à divinação ser considerada um método de descobrimento do destino, toda divinação baseada em Ifá é relacionada à questão da ampliação do alinhamento entre orí e iporí.
A ligação entre orí e iporí situa-se no orí inú. A tradução das palavras yoruba “orí inú” é “cabeça interior”. Esta é uma referência ao que Jung chamou de consciência individual ou Eu. Orí inú é o núcleo daquele circulo de forças que criaram a autoconsciência.
Em adição a polaridade entre orí e iporí, orí inú é o ponto central da polaridade entre ara e èmì. Ara é o corpo físico. A psicologia em Ifá inclui o coração (okan) e a emoção (ègbè) como parte do eu psíquico. De acordo com Ifá, a natureza do iporí pode ser apenas compreendida se a cabeça e o coração estiverem em alinhamento. Em outras palavras, a mente e as emoções devem estar em acordo para ocorrer discernimento espiritual. Similarmente, Jung compreendeu que um conflito entre a mente e as emoções é uma dos motivos de doenças mentais. Em Ifá este conflito é chamado de orí ibi. É muito difícil traduzir literalmente orí ibi, mas o termo sugere uma deficiência no alinhamento entre orí e iporí. Quando orí e iporí estão funcionando em uníssono, é criada uma condição chamada orí ire. Uma tradução literal para orí ire seria “cabeça sensata”. Jung referiu-se a essa condição como individuação, a qual é a base para definição de saúde mental.
Ara ou corpo físico existe em polaridade com èmì. A palavra yoruba èmì significa “alento”. Ifá ensina que o sopro de vida provem de Olodumare e contém a essência interna de consciência. èmì neste contexto deveria ser traduzido como “alma”. O símbolo de Ifá para o Eu apareceria como segue:
Ifá ensina que todo orí ou indivíduo é encarnado segundo um Odu específico. Isto significa que um padrão particular de energia está no alicerce de dada consciência individual. A qualidade do Odu marcará a natureza da personalidade pessoal e caráter. Viver em harmonia com a Natureza envolve viver em harmonia com o Eu. A chave para viver em harmonia com o Eu é compreender o Odu pelo qual nós nascemos e reconhece-lo como o alicerce das lições de vida a ser experimentadas em uma dada reencarnação. Devido cada Odu ser associado a um Òrìsà em particular, o Odu que encarna um orí em particular forma um elo espiritual com o Òrìsà encarnado por esse mesmo Odu. Este elo torna-se a base para a determinação de qual Òrìsà um indivíduo deveria cultuar.

  Lendas Sobre Ori: Conta-se que haviam 3 amigos: Oriseku - filho de Ògún, Orileenere - filho de Ifá e Afuwape - filho de Òrúnmìlá, que viviam no Òrun (céu), um dia foram consultar seus adivinhos, pois nada dava certo para eles, a negatividade era muito grande. Como eles queriam ir para o Àiyé (terra, mundo), foram perguntar o que deveriam fazer para escolherem o seu destino na casa de Àjàlà. (moldador de destinos). Os adivinhos falaram que quando estivessem ido para casa de Àjàlà, não deveriam parar na casa de seus pais. Quando estavam indo para casa de Àjàlà, encontraram um senhor que socava no pilão Inhame com agulhas, e perguntaram a ele, onde ficava a casa de Àjàlà, mas o senhor disse que não poderia explicar enquanto não terminasse de trabalhar. Orileenere, filho de Ifá disse que iria ajuda-lo, assim teriam que esperar 3 dias.

 A partir daí, o senhor disse a eles que deveriam encontrar Oníbodé (porteiro) da casa de Àjàlà. Durante o caminho Oriseku em um determinado momento ouviu o som da forja, e o filho de ògún quis ir visita-lo, no entanto os outros dosi alertaram para que os adivinhos falaram, ou seja não podiam parar. Também Orileenere, ao passar perto da casa de seu pai, ficou com vontade de visita-lo mas não o fez. Quando estavam se aproximando da casa de Òrúnmìlà seu filho ouviu o sino tocar, não respeitou o que os adivinhos falaram, foi visita-lo enquanto os outros 2 amigos seguiram para a casa de Àjàlà, na esperança de escolherem o melhor Orí, antes do filho de Òrúnmìlà. Chegando a casa de Àjàlà, não o encontraram, pois o mesmo tinha viajado, as pessoas da casa perguntaram o que eles queriam, eles responderam que vieram escolher o seu Orí para poderem continuar a viagem até o Àiyé. Os dois escolheream os Orís mais bonitos e maior que encontraram. Ao seguirem viagem entre os dois mundos, houve uma chuva muito forte e os Orís se estragaram, assim ao chegarem na terra tiveram que trabalhar bastante, mas não conseguiram alcançar prosperidade.
Enquanto isso na casa de Òrúnmìlà, o seu filho contou que havia desrespeitado os conselhos de seus adivinhos, pois queria se despedir de seu pai. Òrúnmìlà convocou seus adivinhos para fazerem Ebó para seu filho, o que foi feito, recebendo de tais adivinhos um conselho ou seja que deveria levar até a casa de Àjàlá duas coisas muito importantes, sal e búzios, no que foi acatado. Ao sair de casa para seguir viagem Afuwape parou em um lugar onde encontrou um Olobe (fazedor de Obe=faca), e este estava temperando sua comida com cinzas. Afuwape ficou intrigado com este tempero então, colocou uma pitada de sal, modificando o gosto, no que Olobe ficou muito satisfeito, e como forma de agradecimento explicou como chegar a casa de Onibode, pois era parada obrigatória. Conforme foi instruído, Afuwape cumpriu ao perguntar por Àjàlá a Onibode, este contou que Àjàlá estava escondido no teto pois cobradores estavam em sua casa para receberem um pagamento, mas Àjàlá não tinha como pagá-los. Afuwape entrou na casa e perguntou quanto era a divida de Àjàlá, no que os cobradores responderam que era de 16 Kaurins (Búzios) e assim o filho de Òrúnmìlà pagou e os cobradores foram embora. Quando Àjàlá apareceu, foi comunicado que o pagamento tinha sido feito por ele que tinha ido a sua casa para escolher o seu Orí. Àjàlá juntamente com sua bengala de ferro, acompanhou o filho de Òrúnmìlà para escolha, com a bengala batia nos Orís, e estes quebravam, em um determinado Orí Àjàlá bateu e o mesmo não quebrou, assim deu a Afuwape, que seguiu para a terra e chegando encontrou seus amigos, que quiseram saber onde ele tinha escolhido seu Orí, o qual explicou que foi no mesmo lugar que eles, contudo o que diferenciava os Orís, era o Kàdárà (destino do homem), cada um tem o seu e são diferentes entre si.

 Obs. Esta lenda é para mostrar que não se pode dar a mesma receita de como encontrar (ter) um bom Orí. Para os Orís cada preceito é diferente um do outro. O preceito do Ebori/Borí (dar comida a cabeça), pode dizer que basicamente são iguais, mas não idêntico a cada Orí (o que é bom para um, pode não ser para o outro). Cada ser humano tem o seu Ayamino (destino fixado ao homem), ele pode ser tratado mas nunca mudado.


O Ritual de Ebori/Bori é muito sério, complexo e profundo. Ori (Yoruba) significa literalmente cabeça, intelecto inteligência e é misticamente o primeiro Orixá a ser cultuado. Seu objetivo é o de alimentar o Ori Eledá, seja qual for o sexo, raça, profissão, idade, nível social da pessoa. Omi (água) e obi (semente africana), por exemplo, são elementos indispensáveis no Bori.

A coexistência do orí físico e do orí espiritual do homem perfaz o òrìà Orí, e, é através dos ritos próprios do Borí, que se estabelece essa comunhão, é assim que se busca a estabilidade espiritual.
É desta forma que se consegue optar e viver melhor, o mais próspero possível. Orí é quem sempre está mais próximo do homem, portanto é fundamental harmonizar a coexistência.
Somente o òrìà Orí, é assentado, sacralizado, reverenciado e ofertado no cerimonial do Borí, esse é um dos mais importantes rituais da religião, pois abrange todos os adeptos de forma igualitária e sem distinções. Assim sendo, deve-se sempre rogar e ofertar antes de qualquer outro Òrìà. Como diz um verso religioso yorùbá (ẹsẹ ifá): “Nenhuma divindade poderá ser adorada, sem o consentimento do seu próprio Orí.”



É também digno de nota, que os elementos usados para simbolizar o Orí em seu assento são únicos, pois, diferem e nem tampouco se assemelham, nem externamente e tampouco interiormente com nenhum dos outros assentamentos dos òrìà que comumente geram transe, ou seja, não é simbolizado, por exemplo, com um òkúta e/ou “ọta” (pedra ou seixo) e nem em irin (ferro)."


A COROAÇÃO FINAL DO NOSSO ORI. 

DE ACORDO COM UM DOS VERSOS DE OGUNDA MEJI, ORUNMILÁ REUNIU TODOS OS ORIXÁS E PERGUNTOU QUAL DELES ACOMPANHARIAM SEUS DEVOTOS NUMA VIAGEM DISTANTE ATRAVÉS DO OCEANO SEM DESERTÁ-LOS EM NENHUM LUGAR. XANGÔ,O DEUS DO TROVÃO E O MAIS CORAJOSO, RESPONDEU QUE ELE IRIA COM SEUS DEVOTOS PARA QUALQUER LUGAR SEM OLHAR PARA TRÁS. ORUNMILÁ CONVENCEU XANGÔ QUE ESTA NÃO ERA A RESPOSTA CORRETA,E UM POR UM ELE CONVENCEU CADA UM DOS ORIXÁS QUE ESTA NÃO ERA A RESPOSTA A SUA PERGUNTA. ELES IMPLORARAM A ORUNMILÁ PARA REVELAR A RESPOSTA CORRETA,A QUAL ORUNMILÁ RESPONDEU QUE SOMENTE ORI,A DIVINDADE PESSOAL DE CADA UM,PODE NOS ACOMPANHAR ATÉ O LUGAR MAIS LONGÍNQUO DO MUNDO SEM VOLTAR ATRÁS. 
DAI ELE RECITOU: 
“SOMENTE ORI PODE ACOMPANHAR O SEU DEVOTO A QUALQUER LUGAR SEM RETORNAR, SE EU TENHO DINHEIRO,É A MEU ORI QUE EU AGRADEÇO. MEU ORI, É VOCÊ. SE EU TENHO FILHOS,É O MEU ORI QUE EU VOU CULTUAR. MEU ORI,É VOCÊ.POR TODAS AS COISAS BOAS QUE EU TENHO NA TERRA,É O MEU ORI QUE EU CULTUO. 
MEU ORI, É VOCÊ " 


Oriki de Ori:

ORÍ O ! 
MO PELÉ O! 
ORI RERÉ ASIWAJÚ !
ORI MÍ O! 
SÉ RERÉ FUN MÍ !
 Cabeça, eu te saúdo.
 Cabeça, que vem primeiro que tudo
 Cabeça, me faça prosperar e me conduza sempre Para adiante e para frente!

  ÀDÚRÀ TI ORÍ:
Orí ení kini sàka ení
Cabeça que está purificada na esteira
Orí ení kini sàka yan
Cabeça que está purificada na esteira caminha soberbamente
Orí olóore ori jè o
A cabeça do vencedor vencerá
A saka yìn ki ya n’to lo ko
A cabeça limpa que louvamos mãe permita que façam uso dela
A saka yìn ki ègbón mi gbè
A cabeça limpa que louvamos meu mais velho conduzirá
Ìta nù mo bo orí o.
Ar livre e limpo oferendo a cabeça.
ASÉ!!

Louve seu Ori toda manhã com este Oriki:

"ORI MI 
MO KE PE O O 
ORI MI A PE JE 
ORI MI WA JE MI O 
KI NDI OLOWO O 
KI NDI OLOLA 
KI NDI ENI A PE SIN 
LAYE 
O, ORI MI LORI A JIKI 
ORI MI LORI A JI YO MO LAYE"


TRADUÇÃO:

Meu ORI 
Eu grito chamando por você 
Meu ORI, 
Me responda 
Meu ORI, 
Venha me atender 
Para que eu seja uma pessoa rica e próspera 
Para que eu seja uma pessoa a quem todos respeitem 
Oh, meu ORI! 
A ser louvado pela manhã, 
Que todos os Oris encontrem alegria comigo" 
Modupe,o
Ire,ooo!!





Ò dábò!

JOGO DE BÚZIOS;
LIGUE AGORA E AGENDE UMA CONSULTA!!
sigilo absoluto!!
Babalorixa Ricardo de Laalu.
F:055-11-96787.9019 - Whattsapp
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Site: https://www.pairicardodelaalu.com/
Skype: Ricardo de Laalu

Danças do Candomblé!

O candomblé é uma religião afro-brasileira que cultua os orixás, divindades da natureza. A dança é uma forma de expressão e devoção aos ori...