A muitos aspectos que precisam evoluir, se adaptar aos novos tempos para que paremos de perder adeptos para as religiões cristãs. Muitos ainda defendem a manutenção da tradição, que "Candomblé é tradição", defendem que devemos seguir todas as regras da nossas casa matrizes, sempre fazer o que os mais velhos nos mandam, etc. Polemizando, seguir algumas "tradições" e persistir no erro!
O Candomblé como todos sabem foi criado no Brasil, uma adaptação e aglutinação de vários cultos distintos aos Orixás na Africa, fazia-se tudo escondido, de madrugada, escondia-se os Ibas em baixo do Altar dos Santos Católicos ou dentro da sopeiras nas prateleiras, "esse é o verdadeiro motivo de Alguns Orixás terem ido parar dentro das sopeiras e do uso das prateleiras", tudo para não irem presos ou sofrerem açoitamentos públicos. Hoje nada disso e necessário, graças aos Orixas e nosso Ancestrais!!
Nas casas matrizes principalmente da Bahia que são as que conheço um pouco, antigamente na iniciação de uma Yawo, digo uma porque em muitas casas algumas até hoje não iniciavam homens como Yawo, os rituais levavam no minimo 21 dias, depois de três a seis meses de Kele (dependendo do Orixa), ficava-se vivendo uma ano no barracão sem poder ir a rua, devia obediência cega e incondicional ao seu sacerdote e irmãos mais velhos, podia até a apanhar, comendo sempre com a mão e limpando a mesma na cabeça, sentado sempre em uma esteira sem nunca levantar a cabeça, como muitos eu também passei por tudo isso, dava-se Adoba até para um cachorro na rua porque o cachorro e o animal preferido de Ogum; mais sempre achei isso estranho porque não dava Adoba para a tartaruga, animal de Xango, não dava Adoba para os peixes, preferidos de Yemanja, não dava Adoba para um preá, preferido de Oxossi, etc.
Hoje não podemos e não devemos manter tais tradições pois sabe-se não fazer sentido tais humilhações, não tem como manter no barracão uma pessoa por um ano mesmo sendo uma criança pois ela deve estudar, em alguns casos "se o Orixa permitir" tirar o Kelé com 21 dias para que o novo neófito possa trabalhar ou voltar para suas obrigações conjugais, não devemos prejudicar uma casamento em nome do Orixa, tenho certeza que ele não deseja isso; pedir permissão para que o neófilo possa usar roupa de cor para que possa trabalhar , comer com colher, sentar em uma cadeira, até mesmo dirigir seu carro sem correr o risco de ofender seu Orixa,
Hoje aprendemos que não é obrigado toda pessoa raspada ter que incorporar na sua "saída" para não desonrar seu sacerdote, em alguns caso fingia estar incorporado só para não levar uma "baixa", como também sabemos que só porque não incorpora e´Ogã ou Ekedy.
Muitas casa em nome da tradição proíbe homens de entra no Xiré e também dançar em homenagem aos Orixas, isso é errado pois se o homem é iniciado, raspado e adoxado ele não só pode como deve louvar seus ancestrais e Orixas no Xiré e assim também invoca-los, em algumas casas da Bahia separam os homens das mulheres ficando cada um de um lado na assistência, "sei lá porque desta tradição".
Outra tradição que hoje não tem mais sentido e realizar a festa durante a madrugada, hoje não mas sofremos perseguições principalmente se a casa estiver devidamente documentada, em alem Mar as festas são durante o dia, não estou criticando tão costume se o sacerdote gosta tudo bem, o que não aceito e a desculpa que é porque é tradição!!
Hoje temos acesso ao conhecimento muiiito mais fácil que nossos ancestrais, por isso não podemos continuar no erro, hoje só não aprende quem tem preguiça, a Internet bem usada e uma fonte infinita de sabedoria, hoje vamos a Nigéria sem sair de casa, minha mãe nunca nem viu uma foto de lá, não faz mais sentido uma sacerdote disser para seus Yawos que não vai ensinar porque não está na hora deles apreenderem, que tudo e com o passar dos anos, "foi assim que eu aprendi", nada disso é tradição, então por isso em nome de nossos ancestrais devemos evoluir e olhar para trás com respeito!
Não entrarei no mérito de rituais, o que está certo ou errado, porque isso é um particular de cada casa e cada família tem seu rituais que devem ser respeitados, se não concorda procure outra casa, seu Orixa ou o do sacerdote não ira te matar;
Mas deixo claro aqui que não desejo mudar tudo no Candomblé, não sou pretensioso, apenas defendo uma adaptação aos novos tempos e reitero que com moderação, adaptação não significa a perca de hierarquia, desrespeitos aos mais velhos, "idade é posto no Candomblé" é isso nunca devera ser mudado, Yawo não importa a idade é sempre Yawo na casa de seu sacerdote, cada uma deve respeitar seu irmão independente do cargo e idade de santo, a casa de Candomblé deve ser um segundo lar, onde vamos buscar carinho, alento, orientação, sabedoria, ajuda, abrigo, segurança, uma verdadeira família e isso sim em todas as casas "todas" não devia ter se perdido!!
Ò dábò!
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sigilo absoluto!!
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Babalorixa Ricardo de Laalu.
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