O alecrim (Rosmarinus officinalis) é um arbusto comum na região do Mediterrâneo ocorrendo dos 0 a 1500 m de altitude, preferencialmente em solos de origem calcária. Devido ao seu aroma característico, os romanos designavam-no como rosmarinus, que em latim significa orvalho do mar.
Como qualquer outro nome vernáculo, o nome alecrim é por vezes usado para referir outras espécies, nomeadamente o rosmaninho, que possui exatamente o étimorosmarinus. No entanto estas espécies de plantas, alecrim e rosmaninho, pertencem a dois gêneros distintos, Rosmarinus e Lavandula, respectivamente, e as suas morfologias denotam diferenças entre as duas espécies, em particular, a forma, coloração e inserção da flor.
Há dias em que se tem a impressão de
se estar dentro de um espesso nevoeiro. Tudo parece monótono e difícil e o
coração fica triste. É a noite escura da alma. Era meu aniversário e justamente
um destes dias estranhos, quando pensei: “Vou tomar um chá de alecrim!”Fui ao
jardim e lá encontrei um viçoso pé de alecrim. Interessante é que quase todos
que visitam nossos jardins demonstram afeição e respeito pelo alecrim. Confesso
que nunca liguei muito para ele. Mas, naquele dia, com toda reverência, colhi
alguns ramos, preparei um chá e me servi em uma linda xícara. O aroma era muito
agradável e, a cada gole que bebia, senti a mente ir clareando. Uma sensação de
bem-estar e alegria foi se espalhando pelo corpo e senti a sensação de enorme
felicidade. Fiquei muito impressionada com a capacidade dessa planta transmitir
alegria. Aliás, o nome alecrim já lembra alegria. Resolvi pesquisar a respeito
e veja só que maravilha.O alecrim – Rosmarinos officinalis, planta nativa da
região mediterrânea – foi muito apreciada na Idade Média e no Renascimento,
aparecendo em várias fórmulas, inclusive a ‘Água da Rainha da Hungria’, famosa
solução rejuvenescedora. Elizabeth da Hungria recebeu, aos 72 anos, a receita
de um anjo (um monge?) quando estava paralítica e sofria de gota. Com o uso do
preparado, recobrou a saúde, a beleza e a alegria. O rei da Polônia chegou a
pedí-la em casamento!Madame de Sévigné recomendava água de alecrim contra a
tristeza, para recuperar a alegria. Rudolf Steiner afirmava que o alecrim é,
acima de tudo, uma planta calorífera que fortalece o centro vital e age em todo
o organismo. Além disso, equilibra a temperatura do sangue e, através dele, de
todo o corpo. Por isso é recomendado contra anemia, menstruação insuficiente e
problemas de irrigação sanguínea. Também atua no fígado. E uma melhor irrigação
dos órgãos estimula o metabolismo.
Um ex-viciado em drogas revelou que
tivera uma visão divina que o tornou capaz de livrar-se do vício. Foi-lhe
indicado que tomasse chá de alecrim para regenerar e limpar as células do
corpo, pois o alecrim continha todas as cores do arco-íris. O alecrim é
digestivo e sudorífero. Ajuda a assimilação do açúcar (no diabetes) e é
indicado para recompor o sistema nervoso após uma longa atividade intelectual.
É recomendado para a queda de cabelo, caspa, cuidados com a pele, lesões e
queimaduras; para curar resfriados e bronquites, para cansaço mental e estafa
e, ainda, para perda de memória, aumentando a capacidade de aprendizado.
Existe uma graciosa lenda a respeito
do alecrim: quando Maria fugiu para o Egito, levando no colo o menino Jesus, as
flores do caminho iam se abrindo à medida que a sagrada família passava por
elas. O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu
cálice. O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu lamentando não poder
agradar o menino. Cansada, Maria parou à beira do Rio e, enquanto a criança
dormia, lavou suas roupinhas. Em seguida, olhou a seu redor, procurando um
lugar para estendê-las. ‘O lírio quebrará sob o peso, e o lilás é alto demais’.
Colocou-as então sobre o alecrim e ele suspirou de alegria, agradeceu de
coração a nova oportunidade e as sustentou ao Sol durante toda a manhã.
“Obrigada, gentil alecrim! disse Maria. Daqui por diante, ostentarás flores
azuis para recordarem o manto azul que estou usando. E não apenas flores te dou
em agradecimento, mas todos os galhos que sustentaram as roupas do pequeno
Jesus, serão aromáticos. Eu abençôo folha, caule e flor, que a partir deste
instante terão aroma de santidade e emanarão alegria.”
…e assim foi!
Na medicina:
A medicina popular recomenda o alecrim como um estimulante às pessoas atacadas de debilidade, sendo empregado também para combater as febres intermitentes e a febre tifoide.
Uma tosse pertinaz desaparecerá com infusões de alecrim, que também se recomendam a todas as pessoas cujo estômago seja preguiçoso para digerir.
Também apresenta propriedades carminativas, emenagogos, desinfetantes e aromáticas. É ainda relaxante muscular, ativador da memória e fortalece os músculos do coração. Cientistas dizem que ramos de alecrim deveriam ser dependurados em oficinas e áreas onde crianças fazem tarefas escolares para um melhor funcionamento da memória.
Uma infusão de alecrim faz-se com quatro gramas de folhas por uma chávena de água a ferver. Toma-se depois das refeições. Possui grande quantidade de hesperidina, um bioflavanóide com efeitos antinociceptivos comprovados contra gota (Integrative Medicine, p612-3)
Na Religião:
Em templos e igrejas, o alecrim é queimado como incenso desde a antiguidade. Na Igreja Ortodoxa grega, o seu óleo é utilizado até aos nossos dias, para unção. Nos cultos de religiões afro, como umbanda e candomblé, é utilizado em banhos e como incenso.
Ò dábò!
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Babalorixa Ricardo de Laalu.
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