terça-feira, 28 de agosto de 2012

OLOKUN



Na Mitologia Yoruba, Olóòkun ou Olokun - No Benin é considerado como do sexo masculino e em Ifé como sendo do sexo feminino, divindade do mar. Depois (Olo) dos Oceanos (Okun).
Olokun é o Orixá Senhor do mar, é andrógino, metade homem e metade-peixe, de caráter compulsivo, misterioso e violento. Tem a capacidade de transformar. É assustador quando irritado. Na natureza é simbolizado pelo mar profundo e é o verdadeiro dono das profundezas do presente, onde ninguém jamais esteve. Representa os segredos do fundo do mar, como ninguém sabe o que está no fundo do mar, apenas Olokun. Também representa a riqueza do fundo do mar e da saúde. Olokun é um dos Orixás mais perigoso e poderoso do culto aos Orixás.
Diz-se que ele foi acorrentado ao fundo do oceano, quando ele tentou matar a humanidade com o dilúvio. Sempre retratado com escudo. Seu culto é na cidade de Lagos, Benin e Ile Ifé. Seu nome vem do yoruba Olokun (Olo: Depois - Okun: Mar). Representa a riqueza dos fundos marinhos e a saúde. Todos os Babalawôs devem cultuá-lo e sempre deve ser assentado com Iyemonja que suas esposa e suas 18 ninfas que são suas filhas, as 9 Olossás e as 9 Olonas. Elas são ninfas da água, representa os rios, córregos, lagoas, cachoeiras, nascentes, lagoas, extensões marinhos e de águas pluviais.
No Brasil é cultuada como esposo de Iyemonjá e dona do mar (Olokun)É cultuada nas casas de candomblé tradicionais, mas não toma parte nas festas, não são entoados cânticos no "Xirê", assim como acontece com outros orixás (Orunmila, Oduduwa). São assentados mas não são "iníciados" ELEGUNS para estes orixás. Com a vinda de sacerdotes africanos para o Brasil, hoje tenta-se resgatar o culto, porém sem identificação pelos fiéis. Talvez por não se ter conhecimento e sincretismo.
É homenageada durante a Festa de Iemanjá. Em cuba Olokun e ligado no fundo do oceanos por Oshala pra evitar que com sua força fez calamidage. Não se sicretiza e nao fala si no por boca de sua filha. No vodum cubano uma entidade que pode ser como Olokun é Nana Buruku que representa o principio e a mãe de Iyemonja.
Entre os Lukumi, Olokún é o orixá dos oceanos, donde toda vida se originou, e o zelador das suas riquezas e mistérios.  Como o oceano que oculta incontáveis mistérios, esta divindade é considerada um dos mais desconcertantes orixás do panteão Lukumi. Um provérbio do odu Irossun—o principal odu do dilogun em que Olokún se manifesta—enuncia que “ninguém sabe o que descansa no fundo do mar”. Por extensão, nenhum ser humano poderá alguma vez compreender verdadeiramente a magnitude e a força vigorosa desta misteriosa divindade. 
Olokún tem se tornado um orixá tão popular, que hoje mora em muitos ilês. Esta expansão tem causado certo dano muito lamentável ao orixá, notadamente a causa dos olorixás mecanizados de hoje, que não brindam aos seus omós o conselho necessário sobre a maneira apropriada de cuidarem de Olokún.
Uma vez que um indivíduo tenha recebido a Olokún, muitos aspectos de seu comportamento deverão ser adaptados ou mudados. Em princípio, Olokún deve ser mantido numa área da casa onde haja pouco tráfego,  Olokún deve estar coberto. Oshabí tinha preferência pela roupa branca, ainda que alguns olorixás, que receberam Olokún através dela, insistam em que a mesma lhes tenha dito que cubram Olokún com um manto feito de tiras ou tecidos de diferentes cores. Em ambos os casos, Olokún deve ter também uma cortina de mariwô precedendo o lugar onde seus paramentos são mantidos, ou posta diretamente sobre o vaso do assentamento. Em caso algum Olokún deverá se tornar um ornamento na sala-de-estar de alguém, como muitas vezes é o caso!
Está proibido permanecer diante de Olokún inapropriadamente vestido ou trajando roupas pretas, havendo uma exceção: durante um ebó do odu Ejiogbé meji. Nunca alguém deve se dirigir a Olokún em roupas íntimas ou que deixem o corpo exposto. Ademais, devemos estar seguros de estarmos ritualmente “limpos” antes de nos dirigirmos a este orixá. Do mesmo modo, praguejar e usar linguagem de baixo calão são ofensivos para este orixá.

A água de Olokún deverá ser trocada uma vez ao ano. É importante recordar que não devemos fixar a vista diretamente dentro do vaso de Olokún imediatamente depois de tê-lo descoberto. A água antiga pode ser despachada na entrada da nossa casa ou ser usada para o banho. Muita gente usa a água de Olokún como remédio, especialmente para aliviar febres muito altas, passando um pano que tenha sido submerso na água, pelo corpo do indivíduo afetado. Se ao trocar a água, notarmos que as ferramentas necessitam de limpeza, então devemos proceder cuidadosamente no quarto da seguinte maneira, preferentemente isolados. O conteúdo deve ser esvaziado em uma bacia limpa e bem lavada com água fria. O vaso também deve ser lavado por dentro e por fora. Uma vez que isto tenha sido feito, as ferramentas são recolocadas dentro do vaso. Olokún nunca poderá ser lavado dentro da pia de lavar louça, como muitas vezes tenho visto, nem deve ser limpo na frente daqueles que não são iniciados em seu culto.
Alguns esclarecimentos adicionais necessitam ser feitos aqui. Recentemente, mais e mais olorixás têm consagrado Olokún em conjunção com ordenações. Este é um erro grave, eis que as cerimônias de Olokún devem ser realizadas numa atmosfera mais serena e não podem ser levadas a cabo em conjunção com este ou outros orixás. Se por alguma razão o iyawô tenha que receber a Olokún—e, surpreendentemente, não o tenha feito até então—este lhe deverá ser entregue antes da ordenação, mesmo que isto requeira sua consagração na véspera da cerimônia.

Outro item é o cesto com oferendas que é preparado durante a consagração de Olokún. Esta cerimônia é denominada por muitos como agbán—cesto, ainda que o termo seja usado para se referir ao ritual realizado para Olokún e a um similar para Babaluaiyé. Depois do falecimento de Oshabí, muitos olorixás preguiçosos começaram a usar alimentos crus e frutas para o agbán, ao invés das tradicionais comidas cozidas que Oshabí e Obá Tero ofereciam a Olokún. Este costume se tornou especialmente popular em La Habana e foi levado ao Estados Unidos como uma tradição. Em realidade, o agbán de Olokún deve ser feito com ekó, ekuru arô, akará e semelhantes, e não com tubérculos crus, feijões e carnes sem cozinhar, e assim por diante. Tenho visto massas, flocos de milho (corn flakes) e guloseimas em pratos para um agbán para Olokún! Oshabí teria considerado isto uma heresia!
Dentro da mesma tessitura, deve se frisar que o agbán de Olokún não é uma cerimônia de limpeza. Pelo contrário, é uma oferenda. O devoto que tenha Olokún consagrado para si, envia este agbán para Olokún como uma oferenda grandiosa, muito similar às caravanas de agbán enviadas pelos estados subjugados ao palácio de Oyó na antiga Iorubalândia. O agbán é uma oferenda simbólica, rogando a Olokún de tal modo que o indivíduo sempre venha a ter uma peça de roupa com que cobrir o seu corpo, um prato de comida na mesa, um fogão onde cozinhar e um teto sobre a sua cabeça. A pessoa que recebe Olokún não deve ser limpa, nem ninguém presente na cerimônia, com o conteúdo dos pratos, tal como é feito cada vez mais e mais hoje em dias. Isto é feito somente no caso do agbán de Babaluaiyé e alguns outros ebós usualmente feitos para Elegbá. Os pratos são colocados ao redor do cesto e deixados ali para repousarem por algum tempo. Depois disto, são apresentados ao indivíduo e as oferendas são depositadas dentro do cesto.

As oferendas para Olokún são levadas ao oceano. Ao receber o orixá, a pessoa responsável para levar o agbán ao mar é o indivíduo que o recebeu, eis que se trata de uma oferenda que esta pessoa realizou para Olokún, e um sinal de devoção e louvação. E ainda, o olorixá está obrigado a instruir o omó receptor sobre como apresentar esta oferenda apropriadamente, de maneira que isto não seja ofensivo para outrem. Muitas vezes esquecemos que vivemos numa sociedade muito heterogênea e especialmente num país centrado no cristianismo, onde muitos dos nossos co-cidadãos vêem uma religião africana como um câncer repugnante e deplorável que deve ser extirpado. 
A maneira de se entregar apropriadamente um ebó e um adimu são um caminho do qual, como comunidade religiosa, ainda temos muito que percorrer. As sacolas de plástico que usamos para cobrir nossos cestos, evitando assim que se sujem, não formam parte da oferenda e não pertencem ao mar, como para que sujemos a água e danifiquemos o nosso meio ambiente. Tampouco às garrafas de vidro ou às taças de plástico que uma vez contiveram mel ou melado de cana, ou aos pedaços de obi que são lançados em nossas cerimônias, lhes compete flutuar na água ou jazer no fundo do mar. Nem Olokún, nem qualquer outro orixá poderão ser agradados pela nossa falta de senso comum e sensibilidade.
Quando o oceano não estiver à disposição, como é o caso de localidades como Jovellanos, em Cuba,  e de cidades como Chicago, nos USA; então o lago, o rio ou o canal poderão substitui-lo. Olokún é a divindade dos oceanos, mas por extensão, também é o orixá de todas as águas. Um dos aspectos mais belos da nossa tradição religiosa é a habilidade de nos adaptar quando tratamos com obstáculos intransponíveis. 

Os adimus de Olokún


Os adimus  (oferendas de comida) preferidos de Olokún são porco frito e tiras de bananas verdes fritas. Em adição, Olokún gosta de akará—bolos fritos de feijão fradinho, de ekuru arô—um tipo de pão de forma, feito de feijão fradinho cozido ao bafo dentro de folhas de bananeira, egbojá—um prato feito com milho moído, porco e/ou camarões secos, peixe defumado coberto com molho de tomate e cebola ou com um molho verde feito com salsinha e outros condimentos; melancias e melões de todo tipo, uvas vermelhas, melado de cana, côco grelhado com melado de cana e canela, gofio—bolas de milho torrado ou de farinha de trigo com melado de cana e canela ou mel e boniatillo—um tipo de pudim feito com batatas doces brancas. Pode haver outras variantes regionais que tenham sido adaptadas com o tempo. 
Itans(lendas):
Bará foi chamado ao reino de Olokun, senhor dos mares, para um trabalho que somente ele poderia realizar.
Ao chegar à sala do trono ficou encantado ao conhecer Iemanjá, a filha do rei, que andava pelo salão a procura de uma jóia que tinha perdido.
A beleza da moça era indescritível e Bará sentiu o ardor da paixão queimar-lhe o peito.
Saiu determinado a cumprir a missão e voltar o quanto antes para pedir a mão da princesa.
Nunca ele fora tão rápido no cumprimento de uma tarefa quanto naquela.
Em dois dias estava de volta apresentando as provas do sucesso da empreitada.
Olokun ficou contentíssimo e ofereceu ao rapaz grandes riquezas, mas este foi inflexível.
A ele somente interessava casar-se com Iemanjá.
O monarca ficou extremamente irritado com tamanha audácia e mandou que o colocassem para fora de seus domínios.
Bará jurou vingança.
Nunca ninguém o tinha tratado daquela forma e não engoliria a desfeita tão facilmente. Durante semanas nada mais fez a não ser arquitetar um plano para raptar a princesa.
Certa manhã, Iemanjá com um imenso séqüito, passeava pelas areias da praia, quando um imenso buraco se abriu a seus pés e a tragou para seu interior.
Foi tudo tão rápido que ninguém pode fazer nada.
A fenda se fechou como se ali nada jamais houvesse acontecido. Os escravos desesperaram-se, como contar ao rei o sucedido?
Certamente seriam mortos sem piedade. Não havia quem não conhecesse a fúria real. Pensando dessa forma todos fugiram e nunca mais apareceram para testemunhar o ocorrido.
Enquanto isso nas profundezas da terra Bará desvelava-se em carinho e atenção para ganhar o amor de Iemanjá.
Desesperado com o sumiço da filha o velho rei foi procurar um Babalaô que lhe contou exatamente o que tinha acontecido e o aconselhou a procurar por Iansã, jovem guerreira que nada temia e por sua rara beleza poderia granjear a simpatia de Bará.
Iansã foi chamada e prontificou-se a buscar a jovem. Providenciou uma oferenda a Ifá, pedindo proteção e força e partiu para o resgate.
Depois de muito andar sentiu sob os pés a quentura que denunciava a presença do seqüestrador.
Brandiu sua espada no ar, chamando os raios de seu domínio, e enfiou-a na terra com toda a força.
Uma cratera se formou e a guerreira foi descendo lentamente. Logo avistou a bela moça sentada a um canto chorando copiosamente, a seu lado Bará afagava-lhe os longos cabelos fazendo juras de amor eterno.
- Vim buscar a princesa! - Seu tom de voz não deixava dúvidas, viera disposta a tudo.
- Como ousa invadir meu reino e ainda por cima ditar-me ordens? -Bará gritava descontrolado.
- Minha princesa daqui não sai! - Apontou para os pés de Iansã e um circulo de fogo se formou em torno dela impedindo seu avanço.
- Não discutirei com você, peço a intercessão de Orunmilá, para cumprir a missão para a qual fui incumbida! Raios começaram a se espalhar por todo o espaço, uma ventania muito forte envolveu o corpo de Iansã, que assim chegou perto da moça que a tudo assistia perplexa.
Bará foi jogado contra uma parede atingido pela violência do vento.
Um redemoinho as envolveu transportando-as para o reino de Olokun.
O mar se abriu dando passagem para o pequeno tufão cavalgado por Iansã. Dos olhos do rei correram lágrimas de alegria e gratidão quando avistou em meio ao tormento o rosto da querida filha.
Iyemanjá e Yiansã tornaram-se amigas pela eternidade.



ORIKI OLOKUN
 
IBA OLOKUN FE MI LO'RE
IBA OLOKUN OMÓ RE WA SE FUN OYI O
OLOKUN NU NI O SI O KI E LU RE YE TORAY
B'OMI TA 'AFI
B'EMI TA'AFI
OLOKUN NI 'KA LE
MO JUBA
ASE, ASE, ASE!
 
TRADUÇÃO:
Eu saúdo a Senhora dos Oceanos.
Eu saúdo a Senhora dos Oceanos cuja grandiosidade não me cabe entender.
Olokun, minha fé é tão grande quanto a quantidade de água existente nos mares.  
Da mesma forma
Permita que haja paz em meus caminhos!
Olokun, espírito imutável
A quem reverencio com muito respeito!
Axé, axé, axé!


Ò dábò!

JOGO DE BÚZIOS;
LIGUE AGORA E AGENDE UMA CONSULTA!!
sigilo absoluto!!
Babalorixa Ricardo de Laalu.
F:055-11-96787.9019 - Whattsapp

Danças do Candomblé!

O candomblé é uma religião afro-brasileira que cultua os orixás, divindades da natureza. A dança é uma forma de expressão e devoção aos ori...