sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ọ̀rúnmìlà Ifa





Ifá, é o nome de um oráculo africano. É um sistema de adivinhação que se originou na África Ocidental entre os yorubas, na Nigéria. É também designado por Fa entre os Fon e Afa entre os Ewe. Não é propriamente uma divindade (Orixá), é o porta-voz de Orunmilá e dos outros orixás.
O sistema pertence as religiões tradicionais africanas mas também é praticado entre os adeptos da Lukumí de Cuba através da Regla de Ocha, Candomblé no Brasil através do Culto de Ifá, e similares transplantadas para o Novo Mundo.

Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade

Da Nigéria são dois os listados como Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela ONU: O Gelede, que também é praticado no Benin e Togo, eIfa Divination System, e em estudo na Nigéria um sistema de Tesouros Humanos Vivos e esforços para salvaguardar o suas línguas ameaçadas.
O Orixá Orunmilá é também chamado de Ifá, ou Orunmila-Ifa e também é denominado frequentemente Agbonniregun ("Aquele que é mais eficaz do que qualquer remédio"). Em caso de dúvida Ifá é consultado pelas pessoas que precisam de uma decisão, que queiram saber sobre casamentos, viagens, negócios importantes, doenças, ou por motivo religioso.
Para os yorubas o sacerdote é o Babalawo e entre os Fons e Ewes recebe a designação de Bokonon, e o sistema de adivinhação é o mesmo. O Babalawo (pai do segredo) recebe as indicações para as respostas através dos signos (odù) de Ifá.
*Nota:esta é somente uma versão da ordem, e pode mudar dependendo da região
Orunmilá é o orixá e divindade da profecia. Ifá é o nome do Oráculo utilizado por Orunmilá. O Culto de Ifá pertence a religião yoruba.
Na mitologia Yoruba, Orunmilá é um orixá, e divindade da profecia, identificado no jogo do merindilogun pelo odu ejibe.
Ele é reconhecido como "ibi keji Olodumare" segundo só abaixo de Olodumare (Olorum, Deus)) e "eliri ipin " (testemunha da criação).
Na ordem divina de Olódùnmarè o espírito é eterno, e através de Òrúnmìlà-Ifá conseguimos obter a soma total de nossa existência, a nossa ligação com o Universo, e o destino que escolhemos para voltar a vida quando nascemos. Ele é o diagnóstico de nosso Elédà (mente superior), sabendo tudo o que aconteceu no passado, está acontecendo e qual será o nosso futuro. Òrúnmìlà-Ifá é a tradução da sabedoria infinita de nosso Deus criador, aquele que tudo sabe, tudo vê, é o verdadeiro elo de ligação entre o homem e o criador.


Na Cultura Yorùbá são os elementos da natureza que dão condição de vida no planeta, a água, o fogo, o ar, e a terra. Estes se apresentam de inúmeras formas que se multiplicam primeiro em dezesseis, sendo o número dos primeiros Òrìsà primordiais, que vieram para ajudar a construção do planeta sob todas as formas de vida, ou os dezesseis Odù, a tradução literária de todos os problemas do homem, e neles estão contidos toda a sabedoria da criação.
Orunmilá também é às vezes chamado Ifá (ee-FAH ") que é de fato a incorporação do conhecimento e sabedoria e a forma mais alta da prática de adivinhação entre os Yorubas.
Embora Orunmilá não seja de fato Ifá, a associação íntima existe, porque ele é o que conduz o sacerdócio de Ifá.
Ifá transmite sua palavra através dos dezesseis Odù, e estes são a expressão da natureza que é a fonte de energia que movimentará e determinará a personalidade da pessoa. Estes Odù, multiplicados por mais dezesseis perfazem 256 tipos de divindades diferentes entre si, com atributos próprios e cada um conterá uma complexidade de inúmeros caminhos ao qual servirão para auxílio da raça humana.

Em nosso princípio ancestral, todos nascemos da terra, veja a composição de seu organismo que é composto de água, minerais, ferro, e assim por diante, portanto é natural que para encontrar o equilíbrio de nossa vida também façamos uso dos elementos que saem da própria natureza. Toda a criação Divina tem uma função determinada para auxiliar a sobrevivência em equilíbrio entre as forças negativas e positivas.


Na tradição africana, por tudo o que já foi dito, Ifá é um Órìsà muito venerado. Em sua terra (Ilé-Ifé) existe um templo muito antigo onde todas as sextas-feiras as pessoas vão rezar para a paz no planeta. Como nada será feito de importante sem antes consultá-lo, quando um bebê nasce, entre o terceiro e quinto dia após seu nascimento ele é levado ao Bàbáláwò para que se faça uma consulta a fim de saber qual será o destino desta criança, recebendo tratamento para que o rumo de sua vida seja o melhor possível.
O culto do vodun Fa é originário de Ile Ifè, e chegou ao antigo Dahomey pelas mãos de sacerdotes imigrados do território yoruba já a partir do século XVII, mas sua instalação oficial como uma das divindades reconhecidas pelo rei de Abomey teria se dado ou através do babalawo Adéléèyé, de Ile Ifè que chegou a Abomey no reinado de Agadjá (1708-1732) , junto com outros (GongonAbikobiAto e Gbélò), ou pela princesa Nà Hwanjele, mãe do rei Tegbessu (1732-1775), que era de origem yoruba. Os sacerdotes de Fá são chamados em fon de bokonon, o correspondente a babalawo dos yoruba. O bokonon da corte de Abomey é um dos dignitários do rei reconhecido na categoria de príncipe e está entre os poucos autorizados a vestir djelaba em público e a permanecer com a cabeça coberta diante do rei e da rainha-mãe.

Métodos utilizados

O Babalawo (pai que possui o segredo), é o sacerdote do Culto de Ifá. Ele é o responsável pelos rituais, iniciações, todos no culto dependem de sua orientação e nada pode escapar de seu controle. Por garantia, ele dispõe de três métodos diferentes de consultar o Oráculo e, por intermédio deles, interpretar os desejos e determinações dos Orixás. Òpelè-IfáJogo de Ikins.
Opon-Ifá, tábua sagrada feita de madeira e esculpida em diversos formatos, redonda, retangular, quadrada, oval, utilizada para marcar os sígnos dos Odús (obtidos com o jogo de Ikins) sobre um pó chamado Ierosum. Método divinatório do Culto de Ifá utilizado pelos babalawos. Irofá instrumento utilizado pelo babalawo durante o jogo de Ikin com o qual bate na tábua Opon-Ifá com a finalidade de chamar a atenção de Odu para sí, entre outras.

Jogo de Opele


Òpelè-Ifá ou Rosário de Ifá é um colar aberto composto de um fio trançado de palha-da-costa ou fio de algodão, que tem pendentes oito metades de fava de opele, é um instrumento divinatório dos tradicionais sacerdotes de Ifá.
Existem outros modelos mais modernos de Opele-Ifá, feitos com correntes de metal intercaladas com vários tipos de sementes, moedas ou pedras semi-preciosas. 
O jogo de Opele-Ifá é o mais praticado por ser a forma mais rápida, pois a pessoa não necessita perguntar em voz alta, o que permite o resguardo de sua privacidade, também de uso exclusivo dos Babalawos, com um único lançamento do rosário divinatório aparecem 2 figuras que possuem um lado côncavo e outro convexo, que combinadas, formam o Odú.

Jogo de Ikins



Jogo de Ikin é utilizado em cerimônias relevantes de forma obrigatória, ou igualmente de modo usual, vai de cada Babalawo o seu uso, sendo uso restrito e exclusivo dos mesmos babalawo. O jogo compõe-se de 16 nozes de um tipo especial de dendezeiro Ikin, são manipuladas pelo babalawo com a finalidade de se configurar o signo do Odú a ser interpretado e transmitido ao consulente. São colocados na palma da mão esquerda, e com a mão direita rapidamente o babalawo tenta retirá-los de uma vez com um tapa na mão oposta, no intuito de se obter um número par ou ímpar de ikins em sua mão. Caso não sobre nenhum ikin na mão esquerda, a jogada é nula e deve ser repetida. Ao restar um número par ou ímpar de ikins em sua mão, se fará dois ou um traço da composição do signo do odu que será revelado polo sistema oracular. A determinação do Odú é a quantidade de Ikin que sobrou na mão esquerda. O mesmo será transcrito para o Opon Ifá sobre o pó do Iyerossún que deve ser riscado sobre oIyerossún que está espalhado no Opon-Ifa, para um risco usa o dedo médio da mão direita e para dois riscos usa dois dedos o anular e o médio da mão direita. Deverá repetir a operação quantas vezes forem necessárias até obter duas colunas paralelas riscadas da direita para a esquerda com quatro sinais, formando assim a configuração do signo de Odu.

Oráculo


O oráculo consiste em um grupo de cocos de dendezeiro ou Búzios, ou réplicas destes, que são lançados para criar dados binários, dependendo se eles caem com a face para cima ou para baixo. Os cocos são manipulados entre as mãos do adivinho , e no final são contados, para determinar aleatoriamente se uma certa quantidade deles foi retida. As conchas ou as réplicas são freqüentemente atadas em uma corrente divinatória, quatro de cada lado. Quatro caídas ou búzios fazem um dos dezesseis padrões básicos (um odu, na língua Yoruba); dois de cada um destes se combinam para criar um conjunto total de 256 odus. Cada um destes odus é associado com um repertório tradicional de versos (Itan), freqüentemente relacionados à Mitologia Yoruba, que explica seu significado divinatório. O sistema é consagrado aos orixás Orunmila-Ifa, orixá da profecia e a Exu que, como o mensageiro dos Orixás, confere autoridade ao oráculo.

O sistema inteiro traz uma semelhança superficial com os sistemas ocidentais de geomancia. Suspeita-se que a geomancia ocidental é um empréstimo de um sistema criado pelos Árabes e trazida para o norte da África, onde foi aprendida pelos europeus durante as Cruzadas. Muito embora possua um número diferente de símbolos, o sistema carrega também alguma semelhança com sistema chinês do I Ching.

O Babalawô brasileiro William de Ayrá (Mestre Obashanan, discípulo de Mestre Arapiagha) foi o primeiro a realizar um estudo comparativo sério e eficaz entre o Ifá, o I-ching, Geomancia e o cabalismo de diversas culturas, com resultados filosóficos e divinatórios comprovados.

Os primeiros a escreverem sobre Ifá no Brasil foram sacerdotes Umbandistas. W.W. da Matta e Silva, conhecido como Mestre Yapacani já descrevia em 1956 um dos inúmeros sistemas de Ifá em suas obras. Seus discípulos, Francisco Rivas Neto (Mestre Arapiaga) e Ivan H. Costa (Mestre Itaoman) escreveram, nos anos 90, obras descritivas sobre o oráculo. A tradição africana de Ifá só chegou ao Brasil via africanos e Cubanos muito mais tarde.


A MULHER EM IFÁ


A presença da mulher é muito restrita, mas, muito restrita mesmo. Sou sincero sobre isso. O culto feminino é o culto de Orixá (Òrìṣà), o Candomblé. É neste culto que a mulher tem lugar, importância e relevância. 

Existe um livro chamado Apetebi, do Ifayemi. Não vi este livro em Português de maneira que pouca gente deve ter lido. Ele também fez uma seleção e também colocou seus comentários. E uma outra fonte de referencia. Eu não copiei este livro e até mesmo não gostei dele. As histórias estão muito resumidas, perdem o brilho.
O livro é bem antigo, pelo menos o que eu tenho e reflete a visão da sociedade deles sobre o tema. O tratamento da mulher pela sociedade e por conseguinte pela religião é muito típico, não é fácil de entender e não vou tentar fazer isso aqui. Por um lado elas são importantes e temidas, mas, por outro lado não recebem o devido respeito. 
Nos textos de Ifá isso é bem típico. Se a gente lê as histórias e os versos vai observar claramente o tratamento indiferente dado a mulher. É como esta no texto seguinte, … tome leve para você... como algo que pode trocar de propriedade. 

Também as mulheres sempre representam atitudes ruins. Isso é muito emblemático. Em Ifá, nos versos, determinados “objetos” tem sempre o mesmo sentido. Assim o carneiro sempre é traidor, a tartaruga inteligente e a mulher traiçoeira ou condutora de atitudes ruins.

A seguinte história foi obtida do Babalawo Ayo Salami


Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀) a esposa de Àgbonnìrègún


Na vida de Àgbonnìrègún e Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), há tantas coisas que se encontra difícil de explicar. Uma delas é a questão da Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀). Em alguns versos de Ifá, Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀) é referida como a esposa de Àgbonnìrègún. Em muitos outros, ela era a esposa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà). Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀) era a esposa de Àgbonnìrègún mas tornou-se a esposa de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) mais tarde.

Um dia, durante uma das visitas habituais de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) para dar conta de sua viagem feita por longos destinos, ele conheceu uma mulher chorando pela porta da casa de. Ele consolou-a, mas não podia esperar para descobrir o motivo de sua tristeza. Ele não poderia também abrir a discussão com seu irmão Àgbonnìrègún, pois não fazia parte dos assuntos que ele veio discutir.

Mas, no segundo dia, ele a encontrou no mesmo local enrolada e lamentando-se. Movido por suas lágrimas, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) teve que quebrar o protocolo (de discutir exclusivamente os acontecimentos de sua viagem e notícias em casa), pedindo que a questão da mulher estar chorando fosse discutido.

- Por quê? Oluwo Àgbonnìrègún perguntou.

- É porque eu notei que ela tem chorado por dois dias consecutivos agora - Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) respondeu.

- Ah, se é por causa do que a mulher, eu não sei o que dizer

Seu caso é peculiar. Quando me casei com ela, ela não estava menstruada. Consultei Ifá e ofereci sacrifício, e ela começou a menstruar.

Por um longo tempo, ela ainda não poderia engravidar, eu adivinhava novamente e ela ficou grávida. Mas os bebês que ela tem tido não foram sobrevivendo. Na verdade, o último morreu há três dias, e esta é a razão para ela estar chorando, Àgbonnìrègún explicou.

Se for esse o caso, Orunmilá respondeu, por que você não executar uma akose sob o Odù ose ogunda para a mortalidade infantil para parar?

Isso pode não ser necessário, responder rapidamente Àgbonnìrègún.

Eu tenho tantas coisas para fazer que são mais importante do que cuidar dela.

Àgbonnìrègún então chamou Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀), que ainda estava do lado de fora chorando. Assim que ela entrou, Àgbonnìrègún agarrou-a pelo pulso e entregou-a a Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).

- Olúwo! Ele disse

Leve-a, da cabeça aos pés. Case-se com ela como esposa e enfermeira as crianças. Todas as coisas que você quer que eu faça parar as crianças pararem de morrer, faça você por ela.

E assim Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀), a ex-mulher de Àgbonnìrègún tornou-se a esposa de seu irmão Orunmila (Ọ̀rúnmìlà).

Isto é o motivo pelo qual as esposas dos Bàbáláwo, então, vieram a ser chamar de Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀). O outro nome para eles Apetebi (Apẹ̀tẹ̀bí). Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀) na maioria dos casos, é o nome dado a mulheres que foram casadas antes, mas, dadas a um Bàbáláwo para se casar, provavelmente, depois que ela se divorciou do marido ou depois que o marido morreu.

Depois de ser dada para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) as crianças de Osuhunleyo (Osúhunlẹ́yọ̀) não morreram mais.




Ayo Salami, traz no seu livro Yoruba Theology and tradition - The Worship  uma visão interessante que separa Orunmila de agbonniregun. Segundo ele, eles seriam irmãos e enquanto um rodava as cidades o outro ficava em casa.

Existem diferentes escolas Yoruba, que variam pela região. Se isso esta no livro dele é porque faz parte da tradição dele, por mais distinto que possa parecer para nós que estamos acostumados com outra visão.

Mas isso, de serem ou não irmãos, assim como outras coisas é apenas um detalhe. Não estamos tratando de história e nem que arqueologia.


O SOFRIMENTO DE ORUNMILA (Ọ̀RÚNMÌLÀ) EM IWO


Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) diz que quando ele está com pressa, sua velocidade de ação não é tão rápida quanto o ritmo em que a menor formiga anda ou os movimentos mais rápidos de caracol. Ele diz que mesmo quando ele está se movendo e uma árvore cai para obstruir seu avanço, ele ficará com a árvore caída, até que ela apodreça antes de prosseguir em sua jornada.

Se por outro lado, uma pedra bloqueia seu movimento: ele vai esperar até que a folhagem seja descamada aos montões e se acumule até a altura da pedra, antes de atravessar a pedra usando essa ponte fornecida pela pilha de folhas. Mesmo quando ele decide reagir, ele não o faz diretamente. Ele apela a uma das divindades mais agressivas, como Esu, Ogun, Omolu ou Xango, fazendo-lhes sacrifícios e exortando-os a agir em seu nome.

Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) diz que se ele reage muito cedo, ele vai fazê-lo em três anos e somente quando sua paciência se esgotou Mas quando ele finalmente decide reagir, ele o faz de forma muito impiedosa.

Ogbe suru fornece a ilustração mais clara de como Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) opera neste contexto:

Era uma vez, uma princesa que viveu em Iwo e cuja beleza foi tão cativante que todos os homens de Iwo não foram considerados elegíveis suficiente para ela. Seu pai, o Oba de Iwo tinha dito que não iria forçá-la a desposar ninguém, exceto com um homem escolhido por ela mesma.

Quando o povo de Ifé ouviu de sua fama e beleza, eles decidiram competir pela mão dela em casamento. Ògún foi o primeiro a fazer uma tentativa. Ògún foi para iwo e ante a visão da princesa, ficou completamente nervoso, e ele prometeu fazer de tudo para conquistá-la

Quando Ògún professou amor para ela, ela aceitou-o sem qualquer hesitação. Ela no entanto insistiu que ela tinha de viver com seu pretendente na casa de seu pai, sugestão que Ògún prontamente concordou.

Ela entreteu Ògún elaboradamente nos primeiros sete dias. No terceiro dia da chegada de Ògún a iwo, ela pediu Ògún lhe dizer o que era proibido para ele a fim de diminuir a margem de atrito entre eles.

Antes de Ògún deixar Ifé para ir para  Iwo, ele havia sido avisado para fazer o sacrifício de seu anjo da guarda e Exu (Èṣù), a fim de voltar para casa vivo de sua missão. Ògún se gabou de que uma vez que nenhuma batalha já havia desafiado sua força e bravura que não vê a justificação em fazer todos os preparativos do sacrifício quando ele estava indo se encontrar com uma mulher. Ele não fez o sacrifício.

Em resposta à pergunta da princesa Ògún lhe disse que a ele era proibido o óleo de palma (Adin) e a menstruação. Em outras palavras, ele está proibido de ver  a menstruação de qualquer mulher. Assim que  os sete dias de hospitalidade se foram, a princesa viu a sua menstruação chegar. Ela, então, preparou uma refeição com óleo de palma (adin) para Ògún para comer. Quando ela deu a comida para Ògún para comer, ela deliberadamente se sentou em seu santuário sem segurar o seu fluxo menstrual.

Quando Ògún se sentou para apreciar a refeição, ele descobriu que a sopa foi preparada com óleo de palma. Quando ele levantou a cabeça em fúria para consultar a ela sobre isso ele viu que havia também descarga menstrual em seu santuário, em fúria Ògún levantou-se para golpeá-la e ela rapidamente correu para o apartamento de seu pai por socorro. Quando o pai viu Ògún perseguindo a sua filha, o Oba usou seu AXÉ para conjurar-lhe para parar e rapidamente ordenou Ògún transfigurar na marreta usada pelos ferreiros, que ele é até hoje. Esse foi o fim da tentativa de Ògún para ganhar a princesa de Iwo para sua esposa.

Depois de esperar em vão por Ògún para voltar com a princesa de Ifé, seu irmão júnior Osayin decidiu avançar para Iwo para a dupla missão de procurar Ogún e, se possível, de ganhar a princesa para si mesmo. Antes de ir para Iwo ele também foi aconselhado a fazer o sacrifício de seu anjo da guarda e para oferecer um bode a Exú (Èṣù). Ele também disse  que como o proprietário de todos os medicamentos diabólicos que existiam, seria degradante para ele fazer qualquer sacrifício para qualquer outra divindade. Ele então partiu para iwo.

Ao chegar  a Iwo, ele foi rapidamente apresentado à princesa que ofereceu a ele a recepção inicial e hospitalidade que ela havia previamente tratado Ògún. No terceiro dia de chegada Osanyin, ela também pediu a  ele para revelar a ela o que era proibido para ele, a fim de minimizar o risco de atrito. Em resposta, Osanyin queria saber se ela já conhecia Ògún. Ela confirmou que sim, mas que, em vista da recepção pobre que ela deu para ogun, ele se sentiu muito envergonhado de voltar para casa e decidiu procurar uma nova morada longe de Ifé e iwo. Em um tom de  bajulação ela disse a Osanyin que os olhos de Ògún eram demasiados terríveis para seu gosto e que ele Osanyin de fala mansa, era o seu tipo de homem. Com isso, Osanyin foi desarmado e começou a revelar-lhe que ele era proibido de comer  o óleo de palma e menstruação. Ela assegurou a Osanyin,  confiante como fez Ògún antes dele, que ela apenas fez a pergunta a fim de evitar o risco de qualquer mal-entendido entre eles.

Logo após o termino da lua de mel a princesa começou a sua menstruação. Ela, então, preparou um guisado com óleo de palma para Osanyin para comer. Ela também foi para sua cama para manchá-la com seu fluxo menstrual. Quando Osanyin estava prestes a começar sua refeição favorita, ele descobriu que ela foi preparada com óleo de palma (adin).

Ele então abandonou a comida, lembrando-lhe que ele lhe proibiu o óleo de palma em seu alimento. Ela pediu desculpas a ele, abraçando-o e persuadindo-o a ir a seu quarto para o romance. Mas logo que ele estava prestes a deitar na cama, viu descarga menstrual e acusou-a de tentar matá-lo!

Quando ele tirou sua varinha para amaldiçoar a princesa, ela voltou correndo para o apartamento de seu pai e o pai parou Osanyin com seu machado. O Oba ordenou Osanyin transfigurar em um pote de água, que é o que ele é, até hoje.

Depois de esperar em vão por Ògún e Osanyin voltar para casa, o povo de Ifé intimou Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) para ir em busca deles. Ele então convidou seus AWOS para adivinhação e disseram-lhe que Ògún e Osanyin não eram mais vivos. Ele foi avisado de que antes de ir para iwo, ele deve fazer sacrifício para seu Ifa e dar bode para Exú (Èṣù). Ele foi avisado de que o tratamento muito pobre lhe aguardava em iwo, e que ele preparasse sua mente para nunca para esgotar sua paciência até o fim. Ele fez o sacrifício e, em seguida, partiu para iwo

Em chegando lá, ele começou a dançar na porta de entrada para a cidade, e as pessoas se reuniram para recebê-lo. Posteriormente, a princesa veio e professou o amor a ele. Ele retornou o seu amor e concordou em viver com ela na casa de seu pai. Ela estendeu a hospitalidade habitual para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), e acabou perguntando-lhe o que a ele era proibido. Antes de concordar em responder a sua pergunta, ele perguntou pelo paradeiro de seus irmãos mais velhos, que vieram mais cedo para iwo para pedir a sua mãos em casamento.

Ela disse que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) que o primeiro era muito agressivo para o seu gosto, enquanto o segundo era muito diabólico para o seu conforto. Foi por isso que ela recusou suas insinuação e, como resultado de suas decepções, eles decidiram nunca mais voltar para visitar Ifé ou pisar na terra de iwo. Ela presume que eles tinham ido para fundar novas casas em outras cidades. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) não acreditou na história, mas foi o suficiente para colocá-lo em guarda.

Finalmente, ele revelou a ela que ele era proibido de comer rato, peixe, galinha, cabra,  azeite de dende, vinho de palma e a menstruação das mulheres, aliás, exceto pelo último item, todos os outros eram os  alimentos básico de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) .

Poucos dias depois, a mulher começou a sua menstruação e ela preparava a comida com ratos para Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) e sentou-se diretamente em seu santuário Ifa. Quando Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) viu o rato na sua comida, ele perguntou por que ela deu a ele o que ele proibiu. Ela explicou que era porque não havia carne em casa. Após uma profunda reflexão, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) lhe disse, a essência do casamento é o compartilhamento de dores e prazeres mútuos. É por conta de sua amada que se come o que se proíbe. Por que eu deveria ter medo da morte, quando eu tenho a rainha da beleza do meu lado. Com essas observações amorosas, ele abraçou a mulher e decidiu comer o rato para agradá-la. Depois de ter comido, como ela se levantou de onde ela se sentava em seu santuário, para recolher os pratos, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) viu que o pano branco adornando o seu santuário, tinha sido manchada com descarga menstrual, mais uma vez, ela pediu desculpas a ele, alegando que a descarga veio inesperadamente. Ele perdoou prontamente e saiu para lavar a roupa suja.

A princesa ficou intrigada. Um após o outro, a mulher deu-lhe, cada um o que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) lhe disse que ele proibiu, mas ele se recusou a perder o seu temperamento. Depois de esgotar a lista de alimentos proibidos Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), e ele não perder seu temperamento, a princesa de iwo decidiu, em um ato completamente nova provocação, ela convidou um amante de fora para vir visitá-los sob o pretexto de ser uma pessoa de sua relação. Na noite, o amante fez amor com ela diante dos olhos de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà). Isso foi exatamente três anos após Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) estava morando com ela.

Na manhã seguinte, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) foi buscar água para o amante ter o seu banho. Como ele estava prestes a sair, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) sugeriu que ele se juntasse a sua mulher para que esta o acompanhasse.

Já era tempo para ele reagir.

Assim que eles estavam fora da cidade, ele invocou Exú (Èṣù) para intervir. Exú (Èṣù) usou a sua própria cabeça para constituir uma pedra  no caminho, e o amante, que estava na frente, bateu o pé sobre ela, e caiu. Ao mesmo tempo, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) apontou o Uranke para ele e ele transfigurou-o em um caracol, que ele rapidamente quebrou e usou para limpar o corpo da mulher da  poluição que ela recebeu do intruso

Quando voltou para casa, a princesa, que tornou-se muito assustado com a coragem deste pretendente infinitamente paciente e foi para seu pai para proclamar que ela havia encontrado o marido que ela concordava em se casar. Seu pai rapidamente convidou Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) e sua filha e ambos professavam que eles estavam dispostos a tornar-se homem e mulher.

No mês seguinte, ela ficou grávida. foi nessa fase que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) buscou a permissão de seu pai-de-lei para voltar à sua cidade natal, ifé com sua esposa. Ele concordou prontamente. Em chegar em sua casa em Ife, ele introduziu a esposa como iya ile iwo - o que significa o produto de meus sofrimentos em Iwo. Esta é a origem ou a palavra iorubá "iyawô", que significa uma esposa.

Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) então compôs uma música especial em louvor a perseverança, e fez uma festa de júbilo para o sucesso de sua missão de três anos sobre a Iwo.

Essa experiência também foi para confirmar uma filosofia fundamental Ifá que se um homem revela o que ele proíbe a sua esposa, é exatamente o que ela vai fazer com ele quando ela planeja desfazer dele.

A pessoa que não proíbe nada apenas prolonga a sua vida. É por isso que Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) não proíbe nada para seus Babalawo.
Conta o itan que, após permanecer na Terra por algum tempo, Orunmila retomou ao orun, esticando uma longa corda pela qual ascendeu. Os seres humanos ficaram totalmente desorientados, o caos, a fome e a peste imperaram na Terra, já que ele era o porta-voz da vontade de Olodumare. O ciclo de fertilidade das plantas e animais foi interrompido, trazendo ameaça de extinção.
O clamor pela sua volta não foi atendido, mas deixou com seus filhos os 16 ikin (coquinhos de dendezeiro), que se transformaram num importante instrumento de adivinhação denominado ikin. Dai se originou a outra denominação de Orunmila; Agbonniregun (agbon ti o ni regun - o coco nunca será esquecido). Entregou os ikin instruindo que sempre que desejassem as coisas boas e realizações positivas na vida, deveriam consultar os coquinhos. Daí nasceu o sistema oracular denominado Ifa, que auxilia o ser humano na resolução dos seus problemas cotidianos, nos conflitos e nas duvidas existenciais, como mediador entre o humano e o divino.

ORIKÍ de ORUNMILÁ


ÒLÒJÒ ÒNÍ MÒJÙBÁ RÉ ÒLÚDAIYÈ MÒJÙBÁ RÉ MÒJÙBÁ ÒMÒDÉ MÒJÙBÁ ÀGBÀ BI ÈKÒLÒ BA JÙBÁ ÌL...É ÌLÉ A LANU KÍ ÌBÀ MI SÈ MÒJÙBÁ AWÓN ÀGBÀ MÉRÌNDÌNLÒGÚN MÒJÙBÁ BÀBÀ MI MÒ TÙN JÙBÁ AWÓN ÌYÁ MI MÒJÙBÁ ÒRÚNMILÁ ÒGBÀIYÈ GBÒRÚN, OHUN TÍ MÒBÁ WI LÒJÒ ÒNÍ KÒ RÍ BÉÉ FÚN MI JÒWÒ MÁ JÉ KÍ ÒNÀ MI DI NITORI ÕNÀ KÍÍ DÍ MÓ ÒJÒ ÒNÀ KÌÍ DÍ MÓ ÕGÙN OHUN TÍ A BA TI WÍ FÚN ÒGBÀ L’ÒGBÀ NGBÀ TI ÍLÁKÒSÉ MI SÈ LÁWUJÓ ÒWÚ TI ÈKÉSÈ NI NSÉ LÁWUJÓ ÒWÚ ÒLÒJÒ ÒNÍ KO GBÁ ÒRÒ MI YÈ WÒ YÈ WÒ YÉWÒ ÀSÉ, ÀSÉ, ÀSÉ.

Obs: Este Oriki deve ser feito, para agradar Ifá e evitar interferências negativas.

“TRADUÇÃO:

Oh! Senhor do dia de hoje, sua benção Oh! Criador da terra, sua benção Sua benção, crianças Sua benção. Oh! Mais velho Se a minhoca pede alimento a terra A terra a concederá Que assim, o meu pedido seja concedido Peço permissão aos anciãos dezesseis òdú Sua benção, meus Pais Ainda peço, permissão as minhas mães Sua benção, Orunmila, que vive no céu e na terra Que, o que eu disser hoje Assim seja para mim Por favor, não permita que meu caminho seja fechado Porque o caminho nunca é fechado para o dia O caminho não será fechado para a magia Qualquer coisa que disser para Ogba ele aceitará O que Ilakose diz é a ultima palavra Assim como Ekese é o ultimo da família do caramujo Oh! Senhor do dia de hoje, aceite minha palavra. Assim seja, Assim seja, Assim seja.
Ireo o!!




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sigilo absoluto!!
Babalorixa Ricardo de Laalu.
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Danças do Candomblé!

O candomblé é uma religião afro-brasileira que cultua os orixás, divindades da natureza. A dança é uma forma de expressão e devoção aos ori...