quinta-feira, 30 de outubro de 2014

ÀYÀN - O Orisá do Tambor

ÀYÀN O Orisá do Tambor


As religiões de matrizes africanas há tempos vêm  resgatando alguns elementos que por ventura ficaram  esquecidos dos meados do ano de 1830 até o ano atual.
 Orisá Àyàn - Orisá do tambor é um desses  elementos:
Ogan do tambor,  Abatazeiros, Abatás, batedores de tambor, seja lá qual for à denominação que podemos chamá-los, mas algo nos chama a atenção:
Os Onilus são os responsáveis pelos tambores e é admirável a preparação dessas pessoas especiais para a liturgia das religiões de matrizes africana, assim bem como os seus segredos. Os segredos dos tambores de tambor que é um elemento sagrado na cultura Yorubá, com rituais religiosos para sua construção, preparação e iniciação daqueles que irão tocá-lo. Os tambor sagrados são tratados como criaturas viventes, que devem ter cuidados específicos e uma variedade de regras para o seu uso.
A força espiritual contida no tambor e que o consagra é chamado de " Ayan" ou " Ayon" O Orisá do tambor. Para que alguém possa ser iniciado para Ayan e tocar o tambor, deve cumprir rígidos rituais religiosos.
 No Brasil esta tradição praticamente perdeu-se, mas foi mantida na Nigéria e Benin a Terra Yorubá e em Cuba.
 O iniciado recebe a força espiritual necessária para tocar os tambores de forma correta, para que estes possam "falar" com os Orisás, chamando-os para as cerimônias a eles dedicadas. Ayan representa a expressão sonora das Divindades; e o símbolo do tambor que serve como depositário dos poderes Divinos , e ele é o veículo que lhe dá a voz. A consagração de Ayan no tambor Batá é feita por meio de ritual e elementos litúrgicos sagrados, que ficam dentro do tambor, que é selado hermeticamente com as duas peles. Quando Ayan é fixado no tambor é chamado de "Eleekoto". O ritual de consagração inclui pintura do tambor com a assinatura de Sango.
Eleekoto é simbolizado ou seja representado por uma miniatura de tambor que não pode ser tocado, pois simboliza " Ayan " .
,Diz uma lenda da divindade ÀYÀN/ÀYON, que Olódùmarè (o Deus Supremo) o chama para aprender o poder de cada Òrìşá, para ensinar os homens a louvá-los através do canto, da dança e dos ritmos sagrados. Na verdade o próprio instrumento - o tambor - é considerado como a veste material de um espírito e dizem os mitos, que cada tambor possui seu espírito elemental, que se materializa dentro dos mesmos durante as cerimônias para que o rito tenha prosseguimento segundo a egrégora do templo em questão, de acordo com o Òrìşá regente da casa.
A divindade ÀYÀN/ÀYON está ligada a vários ancestrais através do mito do tambor. A vara Ixàn (işan) possui o mesmo fundamento invocatório e de encantamento que a vara de atori usada nos tambores.
A origem dos instrumentos musicais é remota e controversa e sua evolução acompanha a própria história das civilizações. Não há povo da Antiguidade que não tenha feito uso de instrumentos musicais mais ou menos rudimentares, já que a música é uma linguagem espontânea e inerente ao próprio homem, sendo provável que tenha aparecido antes da linguagem verbal.
O homem pré – histórico acreditava que a pele de sua caça esticada em troncos de árvores reproduzia o choro do animal morto. E foi com esse sentimento de gratidão que passou a consagrar a morte de sua caça. Pode-se dizer que esse foi um dos princípios da manifestação religiosa do homem e a origem dos tambores. O toque do tambor revela a arte de conectar-se com a Mãe Terra e com nosso eu interior, sintonizando nosso coração ao coração dela, e de viajar ao mundo do invisível, constatando nossa ancestralidade e todos os reinos da Natureza.
A música e a dança sempre foram os principais responsáveis dessa comunicação com Deus. Alguns historiadores e antropólogos do século XX destacaram a idéia de que a maneira utilizada para se chegar aos conhecimentos místicos em religiões primitivas esteve sempre associada ao êxtase (o transe) provocado pelo toque do tambor. Esse instrumento seria então o responsável pela comunicação entre o homem e as divindades – seres responsáveis pelo comando da Natureza em nosso planeta.
O Djembe é possivelmente o mais influente e a base de todos os outros tambores africanos, e desde há pelo menos 500 anos D.C. é um tambor sagrado utilizado em cerimônias de cura, rituais de passagem, culto aos ancestrais e ainda em danças e socialmente.
A origem dos instrumentos musicais é remota e controversa e sua evolução acompanha a própria história das civilizações. Não há povo da Antiguidade que não tenha feito uso de instrumentos musicais mais ou menos rudimentares, já que a música é uma linguagem espontânea e inerente ao próprio homem, sendo provável que tenha aparecido antes da linguagem verbal. 

   As primeiras descobertas

   Os tambores começaram a aparecer pelas escavações arqueológicas do período Neolítico. Um tambor encontrado numa escavação da Morávia, foi datado de 6000 anos antes de Cristo. Tambores têm sido encontrados na antiga Suméria com a idade de aproximadamente 3000 anos antes de Cristo. Na Mesopotâmia foram encontrados pequenos tambores (tocados tanto verticalmente quanto horizontalmente) datados de 3000 anos antes de Cristo. Tambores com peles esticadas foram descobertos dentre os artefatos Egípcios, de 4000 anos antes de Cristo.

   Características dos primeiros tambores

   Os primeiros tambores provavelmente consistiam em um pedaço de tronco de árvore oco (furado). Estes troncos eram cobertos nas bordas com a pele de algum réptil ou couro de peixe e eram percutidos com as mãos. Mais tarde, começou-se a usar peles mais resistentes e apareceram as primeiras baquetas. O tambor com duas peles veio mais tarde, assim como a variedade de tamanhos. Muitos métodos foram utilizados para fixar as peles. Nos tambores de uma pele eram usados pregos, grampos, cola, etc. Nos tambores de duas peles eram usadas cordas que passavam por furos feitos na própria pele e as esticava. Os tambores Europeus mais modernos geralmente prendiam a pele pela pressão de dois aros, um contra o outro e a pele no meio. 

   O tambor na religião afro

  É necessário estabelecer uma distinção: uma coisa são os tambores Batá ditos pagãos, comprados em loja ou não, destinados apenas a fazer musica. Outra bem diferente são os tambores consagrados, sacralizados através de uma série de rituais que os transformam em instrumentos de comunicação com os deuses - tornando os tambores na morada, no assentamento do orixá Añá. Nas palavras de Fernando Ortiz, "um jogo de tambores consagrados - ilú Añá -
é algo mais que um trio de tambores  imembranófonos, capaz de produzir uma maravilhosa e singular concatenação musical de ritmos tão belos quanto complexos. Nos batás-Añá há um poder divino".

  O passado do orixá Añá/Anya no Brasil é nebuloso. Na África os tambores batá são próprios ao orixá Ayan, e estão associados em particular aos cultos de Xangô e Egungun.
   Segundo Ortiz, que nos traz informações da década de quarenta, dizem alguns que o Iyá (o tambor maior e mais grave) representa a todos os santos, em particular a Xangô. As atribuições de cada um dos ilús varia e não parecem nem tradicionais nem ortodoxas. Nos dias de hoje, segundo a excelente pesquisa de Amanda Vincent, o Iyá, divide as opiniões dos tamboreiros entrevistados entre Xangô, Osain, Yemanjá ou ainda Oxum. Estas diferenças, embora aparentemente contraditórias, devem ser vistas e entendidas como expressões de relações das características de diferentes orixás com o tambor sagrado e suas funções e propriedades sacro-mágicas. Independentemente de afinidades ou de relações baseadas em características históricas ou de propriedade, existe ainda a idéia, mais consistente e abrangente de que os três Ilús do trio batá são, em conjunto, os instrumentos do orixá Añá, que crêem alguns, seria uma qualidade de Xangô como deus dos trovões e da música. De maneira geral, no estudo das religiões afro-brasileiras, a Bahia recebeu uma atenção maior e se tornou mais conhecida, e o Atabaque das nações de kêtu, jêje e angola acabou por transformar-se no grande referencial da percussão litúrgica de origem africana. No candomblé da Bahia e do Rio de Janeiro ou na literatura dos estudos mais conhecidos feitos sobre a música do candomblé destes estados, não há referência a instrumentos ou orixá que possam ser associados aos Ilú-batá ou a Añá/Ayan.
No entanto, é precisamente em diferentes estados do norte, como Pernambuco e Maranhão, e do sul, no Rio Grande do Sul, que vamos encontrar referências e instrumentos que podem sugerir algum paralelo.
   Segundo o músico e pesquisador Paulo Dias, da Associação Cachuêra, os tambores encontrados no Brasil que nos remetem aos ilú-batá seriam os seguintes:

   "O Tambor de Mina do Maranhão (inclusive da famosa Casa de Nagô) utiliza dois Abatás, de corpo cilíndrico ou troncônico, tensionados por tarrachas. No Xangô do Recife, parece que atualmente só a casa chamada "Sítio de Pai Adão", a mais antiga, é que ainda usa os três batás - com o corpo mais ou menos aproximado à forma da ampulheta e couros tensionados por cordas (é, realmente, o que temos de mais parecido aos Batás cubanos e nigerianos). Os ilús utilizados no Xangô pernambucano são também bimembranófonos, porém tocados na vertical, numa das bocas somente. No Batuque do Rio Grande do Sul, utilizam-se tambores (o instrumento é chamado simplesmente tambor) bimembranófonos com corpo cilíndrico e tensionados por cordas, podendo ser tocados na vertical ou na horizontal (geralmente nos toques lentos), quando os dois couros são golpeados. Algumas casas de religião riograndenses também utilizam um grande tambor troncônico de duas peles denominado inhã, consagrado a Aganjú ou Iansã."

   Paulo Dias acrescenta ainda que "os três ilús do Xangô pernambucano denominam-se melê, meleunkó e yan (o mais grave, mestre, provavelmente uma corruptela de yiá)". Os termos melê e meleunkó nos remetem diretamente não só aos batás cubanos como aos africanos. Em Cuba, omelê é utilizado como sinônimo de itótele, enquanto que na África - Nigéria e Benin - não só encontramos o mesmo termo, omele, como também omele-akó (embora inicialmente os batás fossem apenas três na África -iyáalú, omele e kúdi - com o passar do tempo foram incorporados um segundo e terceiro tambores - omele-abo e omele ako. Hoje também é possível encontrar-se conjuntos que apresentem também um tambor chamado de omele-méta, que consiste em verdade de três kúdis presos um ao outro). Quanto ao fato de yán em Pernambuco, ou o inhã do Rio Grande do Sul serem corruptelas de iyá, é possível e provável. Mas também me ocorre - embora mais improvável, mas como especulação - que tanto yán quanto inhã, possam revelar uma associação com o vocábulo Ayán, e por conseqüência, com o orixá.
  As semelhanças entre o Batuque e o Xangô do Recife são surpreendentes, muito maiores do que com o candomblé baiano. 

Autor -Ari Pedro ORO, As religiões afro-brasileiras do Rio Grande do Sul, p. 23-24.

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