Explorando a Influência de Ogum nos Cultos
Afro-Brasileiros e Nigerianos
No vasto e intrigante cenário dos cultos afro-brasileiros e
nigerianos, a figura imponente de Ogum se destaca como uma deidade de profunda
relevância e poder. Este texto propõe uma análise mais aprofundada, buscando
desvendar as complexidades e similaridades presentes nos cultos dedicados a
Ogum. O objetivo é destacar a significância do culto ao Orixá Ogum e sua
conexão intrínseca com o culto a Exu, transcendendo as misturas de práticas
religiosas. Vamos mergulhar mais fundo nesse fascinante universo que ultrapassa
as fronteiras geográficas.]
Ogum é o orixá do ferro, da guerra, da tecnologia e dos
caminhos. Ele é o protetor dos guerreiros, dos trabalhadores, dos viajantes e
dos desbravadores. Ele é o senhor da ordem, da justiça, da coragem e da
vitória. Ele é o pai dos exus, os mensageiros entre os homens e os deuses, os
guardiões das encruzilhadas, os senhores do movimento e da comunicação. Ogum e
Exu são irmãos inseparáveis, que atuam em conjunto para garantir o equilíbrio e
a harmonia do mundo.
Nos cultos afro-brasileiros, Ogum é sincretizado com
diversos santos católicos, como São Jorge, Santo Antônio, São Pedro e São
Sebastião. Ele é saudado com o grito "Ogunhê" ou
"Patacori", que significa "salve Ogum" ou "viva
Ogum". Ele recebe oferendas de alimentos, bebidas, velas, flores, moedas,
ferramentas e armas. Ele se manifesta nos terreiros de umbanda e candomblé,
através dos médiuns incorporados, que dançam, cantam, tocam, benzem e
aconselham os fiéis.
Nos cultos nigerianos, Ogum é cultuado principalmente pelos
iorubás, que o chamam de Ogun, e pelos edos, que o chamam de Ogu. Ele é um dos
principais orixás do panteão iorubá, que conta com mais de 400 divindades. Ele
é o filho mais velho de Oduduwa, o criador do mundo, e o irmão mais velho de
Xangô, o rei dos orixás. Ele é o esposo de Iansã, a deusa dos ventos e dos
raios, e de Oiá, a deusa dos rios.
Ogum é reverenciado em diversos festivais, rituais e
cerimônias, que celebram a sua força, a sua proteção e a sua bênção. Ele é
invocado para afastar os inimigos, os obstáculos, as doenças e as energias
negativas. Ele é agradecido pelas conquistas, pelos progressos, pelos trabalhos
e pelos caminhos abertos. Ele é homenageado com cânticos, danças, tambores,
sacrifícios e libações. Ele é representado por símbolos como o ferro, a espada,
a lança, o machado, o escudo, o capacete, o arado, a enxada, o martelo, a
bigorna, a corrente, o carro, a moto, o trem, o avião, o foguete, o computador,
o celular e o satélite.
Ogum é um orixá de múltiplas facetas, que se adapta às
diferentes culturas, épocas e situações. Ele é um orixá de transformação, que
usa o ferro para moldar o mundo e a sociedade. Ele é um orixá de inovação, que
traz o progresso e a tecnologia para a humanidade. Ele é um orixá de
libertação, que rompe as barreiras e as fronteiras que limitam os homens. Ele é
um orixá de inspiração, que desperta a coragem e a determinação nos seus filhos
e seguidores. Ele é Ogum, o guerreiro divino, o senhor do ferro, o dono dos
caminhos, o pai dos exus. Ogunhê! Patacori!
Ogum nos Diversos Cultos Brasileiros
No Brasil, Ogum é reverenciado em diversas religiões
afro-brasileiras, sendo notável sua presença marcante no Candomblé e na
Umbanda. Originado nas tradições yorubás da Nigéria, Ogum encontrou solo fértil
nessas terras tropicais, adaptando-se e integrando-se às práticas religiosas
locais.
No Candomblé, Ogum é muitas vezes cultuado como um guerreiro
poderoso, associado à força, coragem e determinação. Sua presença nos rituais
enriquece a atmosfera com uma energia vigorosa, destacando-se como um protetor
e defensor dos devotos. Ogum é muitas vezes representado com uma espada,
símbolo de sua determinação inabalável.
Na Umbanda, Ogum é igualmente venerado, mas sua essência é
moldada de maneira distinta. Aqui, ele é considerado um guia espiritual,
oferecendo orientação e força interior. Sua representação como um líder militar
é balanceada pela compaixão e compreensão presentes nessa vertente religiosa.
Em ambos os cultos, Ogum é sincretizado com São Jorge, o
santo católico que venceu o dragão e se tornou um mártir da fé cristã. Essa
associação se deve à semelhança entre os atributos de Ogum e São Jorge, ambos
guerreiros, corajosos e vitoriosos. O dia de Ogum é celebrado em 23 de abril,
mesma data dedicada a São Jorge. Nesse dia, os fiéis prestam homenagens ao
orixá, oferecendo-lhe velas, flores, frutas, bebidas, moedas e objetos de
metal. Também cantam, dançam e tocam tambores em sua honra.
Ogum tem uma forte ligação com Exu, o orixá mensageiro,
guardião das encruzilhadas e senhor do movimento. Exu é o filho mais novo de
Ogum, e juntos eles formam uma dupla dinâmica, que abre os caminhos, remove os obstáculos
e facilita a comunicação entre os homens e os deuses. Ogum e Exu são irmãos
inseparáveis, que atuam em conjunto para garantir o equilíbrio e a harmonia do
mundo.
Ogum também se relaciona com outras divindades, como Oxum, a
deusa das águas doces, do amor e da beleza, que foi sua esposa e o seduziu com
sua dança e seu canto. Ogum se apaixonou por Oxum e voltou a trabalhar como
ferreiro, depois de um período de isolamento na floresta. Ogum também foi
casado com Iansã, a deusa dos ventos, dos raios e das tempestades, que o
abandonou por Xangô, o orixá do fogo, do trovão e da justiça. Ogum também foi
traído por Obá, outra de suas esposas, que também se envolveu com Xangô.
Ogum é um orixá de múltiplas facetas, que se adapta às
diferentes culturas, épocas e situações. Ele é um orixá de transformação, que
usa o metal para moldar o mundo e a sociedade. Ele é um orixá de inovação, que
traz o progresso e a tecnologia para a humanidade. Ele é um orixá de
libertação, que rompe as barreiras e as fronteiras que limitam os homens. Ele é
um orixá de inspiração, que desperta a coragem e a determinação nos seus filhos
e seguidores.
Ogum na Nigéria: Raízes Profundas
Nas terras nigerianas, Ogum é parte integrante das tradições
iorubás. Assim como no Brasil, Ogum é adorado como um Orixá guerreiro, com
influência marcante em diversos cultos e práticas religiosas. Suas raízes
profundas na Nigéria testemunham sua atemporalidade e importância cultural.
Ogum é frequentemente invocado como um protetor e líder
militar nos rituais iorubás, destacando-se como uma figura central na mitologia
e espiritualidade dessas comunidades. Sua influência ressoa em diferentes
expressões religiosas, demonstrando que, independentemente da geografia, Ogum
permanece como uma força espiritual unificadora.]
Na Nigéria, Ogum é cultuado principalmente pelos iorubás,
que o chamam de Ogun, e pelos edos, que o chamam de Ogu. Ele é um dos
principais orixás do panteão iorubá, que conta com mais de 400 divindades. Ele
é o filho mais velho de Oduduwa, o criador do mundo, e o irmão mais velho de
Xangô, o rei dos orixás.
Ogum é reverenciado em diversos festivais, rituais e
cerimônias, que celebram a sua força, a sua proteção e a sua bênção. Ele é
invocado para afastar os inimigos, os obstáculos, as doenças e as energias
negativas. Ele é agradecido pelas conquistas, pelos progressos, pelos trabalhos
e pelos caminhos abertos. Ele é homenageado com cânticos, danças, tambores,
sacrifícios e libações. Ele é representado por símbolos como o ferro, a espada,
a lança, o machado, o escudo, o capacete, o arado, a enxada, o martelo, a
bigorna, a corrente, o carro, a moto, o trem, o avião, o foguete, o computador,
o celular e o satélite.
Ogum também tem uma forte presença no estado de Ogun, que
leva o seu nome, na região sudoeste da Nigéria. O estado foi criado em 1976, a
partir da divisão do antigo estado de Lagos. Sua capital é Abeocutá, que
significa "sob a pedra", em referência à formação rochosa que abriga
o palácio do Alake, o rei tradicional dos egbas, um dos subgrupos iorubás. O
estado de Ogun é conhecido por sua riqueza mineral, sua produção agrícola e sua
indústria. O estado também é famoso por ser o berço de personalidades ilustres,
como o escritor Wole Soyinka, o primeiro africano a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura,
em 1986, e o ativista Ken Saro-Wiwa, que lutou pelos direitos do povo Ogoni,
uma minoria étnica do delta do Níger, e foi executado pelo regime militar
nigeriano, em 1995².
Ogum é um orixá de múltiplas facetas, que se adapta às
diferentes culturas, épocas e situações. Ele é um orixá de transformação, que
usa o ferro para moldar o mundo e a sociedade. Ele é um orixá de inovação, que
traz o progresso e a tecnologia para a humanidade. Ele é um orixá de
libertação, que rompe as barreiras e as fronteiras que limitam os homens. Ele é
um orixá de inspiração, que desperta a coragem e a determinação nos seus filhos
e seguidores.
A Flexibilidade do Culto a Ogum
Assim como Exu, Ogum é uma deidade cujo culto transcende
fronteiras e se adapta a diferentes contextos culturais. A flexibilidade
inerente ao culto a Ogum não apenas permite a aceitação de diferentes práticas,
mas também a harmonização de elementos contrastantes.
Seja nos rituais fervorosos do Candomblé ou nas cerimônias
mais contemplativas da Umbanda, Ogum se revela como uma presença dinâmica que
se adapta às nuances específicas de cada tradição. Sua capacidade de integrar
variados aspectos, desde oferendas até cânticos, contribui para a riqueza e
coesão das experiências espirituais.
O Culto ao Orixá Exu como Fio Condutor
Por trás da diversidade de práticas e representações de
Ogum, o fio condutor continua sendo o culto dedicado ao Orixá Exu.
Independentemente das diferenças nas abordagens culturais e religiosas, a
verdadeira essência espiritual é encontrada na devoção fervorosa a Exu.
A mensagem que ressoa nos cultos a Ogum é a de que a
espiritualidade é intrinsecamente inclusiva. A conexão com Exu não apenas une
as diversas manifestações de Ogum, mas também destaca a importância de
compreender e aceitar além das diferenças culturais e geográficas.
Conclusão: A Perenidade do Culto a Ogum
Ao explorar os cultos a Ogum no Brasil e na Nigéria,
testemunhamos uma trama rica de tradições espirituais. A diversidade de
expressões culturais em torno de Ogum destaca sua influência duradoura.
Independentemente das misturas de cultos, a verdadeira essência reside no culto
ao Orixá Ogum, uma deidade que transcende fronteiras e ilumina os caminhos
espirituais de seus devotos. Que possamos continuar a explorar e celebrar a
profundidade desse culto, honrando a singularidade de Ogum em toda a sua
glória.
Ò dábò!
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